Euronext prepara sete empresas portuguesas para se lançarem em bolsa

As sete empresas nacionais que participam este ano no programa IPOready da Euronext já angariaram 1,1 milhões de euros em financiamento desde a sua fundação e veem a bolsa como o próximo passo.

Isabel Ucha está na Euronext Lisboa desde 2008 e desde 2019 que assumiu a presidência da empresa que gere a bolsa nacional.Hugo Amaral/ECO

Numa altura em que a Euronext Lisboa arrisca-se a perder mais uma empresa do seu principal índice, o grupo Euronext mostra-se empenhado contornar esta e outras saídas que possam ocorrer das suas bolsas através da captação de novas empresas.

É nesse sentido que esta sexta-feira é lançada mais uma edição do IPOready em Portugal, que este ano reúne o maior grupo de empresas desde o seu lançamento em 2015, com mais de 160 empresas de 15 países europeus, que procuram obter ferramentas e conhecimentos junto de uma série de especialistas para realizarem um IPO no futuro.

Foi isso que sucedeu com 28 das 920 empresas que já participaram neste programa ao longo dos últimos oito anos, incluindo três no ano passado – Florentaise (Paris), QEV (Amesterdão) e Yakkyo (Milão) – e uma portuguesa, a Raize em 2018.

Para este ano, o IPOready conta com sete empresas nacionais “que geram, em média, 21 milhões de euros em receitas anuais e empregam uma média de 144 funcionários”, refere a Euronext Lisboa em comunicado.

Entre estas empresas está o Doutor Finanças, uma empresa de intermediação de crédito que fechou 2022 com receitas acima dos nove milhões de euros como resultado de um crescimento médio anual de faturação de 38% desde 2020, e que no ano passado iniciou uma estratégia de crescimento assente num modelo de franchising de abertura de lojas pelo país.

“O nosso plano de crescimento a médio prazo prevê a internacionalização do Doutor Finanças. Neste contexto, uma entrada no mercado de capitais é uma excelente alternativa em termos de alavancagem financeira para este processo“, refere Paulo Velho Cabral, administrador financeiro do Doutor Finanças, ao ECO.

No entanto, refere que a empresa não tem “um timing fechado” para entrar em bolsa, confessando que a realização de um IPO não está nos seus planos nos próximos dois anos.

Além do Doutor Finanças, contam-se ainda seis outras empresas nacionais na edição deste ano do programa de pré-IPO da Euronext — Bring Global Services, Digidelta International, IMP Diagnostics, INOVA+ Innovation Services, Ophiomics e outra que preferiu manter o anonimato — que, em conjunto, “angariaram uma média de 1,1 milhões de euros em financiamento de capital próprio desde a sua criação”, refere a Euronext.

O leque de sete empresas do programa de 2024 é diverso, quer em setor quer em experiência, mas todas têm em comum uma visão de futuro ambiciosa, sendo um exemplo para muitos empresários”, refere José Pedro Luís, head of corporate and financial communications da H/Advisors CV&A — um dos quatro parceiros selecionados pela Euronext para acompanhar as empresas nacionais no programa que decorre até junho.

“Para o nosso workshop dedicado à área da comunicação corporativa e financeira, pretendemos demonstrar o impacto reputacional positivo de se estar em bolsa e explicar as regras e regulamentos de comunicar com o mercado de capitais“, destaca José Pedro Luís.

Além da CV&A no plano da comunicação, as sete empresas portuguesas serão acompanhadas por especialistas da CaixaBank BPI (banca), PWC (consultoria) e MLGTS (serviços jurídicos).

A edição deste ano do IPOready tem a novidade de passar a ser o programa único pré-IPO da Euronext, unindo os antigos programas TechShare, GoPublic, IPOready e FamilyShare sob a mesma estrutura e marca, e conta com a colaboração académica do INSEAD.

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