Autarcas de Portugal e Espanha reivindicam corredor atlântico ferroviário aos governos
O corredor ferroviário Aveiro - Viseu - Guarda - Salamanca é reivindicado pelos autarcas com vista ao desenvolvimento económico das regiões e para fixar população.
Os presidentes de câmara e responsáveis de instituições de Portugal e Espanha querem que os governos de ambos os países avancem com o transporte ferroviário do Corredor Atlântico no troço ibérico (Aveiro – Viseu – Guarda – Salamanca), e a sua ligação com Madrid. Defendem que esta ligação é importante para “facilitar uma mobilidade eficiente de passageiros e mercadorias”, e para o desenvolvimento económico regional.
“As instituições públicas locais e regionais, juntamente com as entidades empresariais, unem as suas vozes para exortar os Governos de Espanha e de Portugal a concentrarem os seus esforços para impulsionar o transporte ferroviário do Corredor Atlântico, salientando a importância estratégica da conexão acima referida na contribuição para o desenvolvimento económico, social e ambiental das nossas regiões e municípios”. Este apelo consta de uma declaração conjunta institucional para incentivar o transporte ferroviário do Corredor Atlântico no lanço ibérico e a sua ligação com Madrid e resultou de uma reunião entre as várias entidades, esta quarta-feira, em Viseu.
Por entenderem que é “urgente fortalecer as conexões ferroviárias entre Portugal e Espanha”, os responsáveis pedem aos dois governos que garantam “a implementação de comboios de alta velocidade nesta conexão ferroviária que permita o desenvolvimento económico regional e gere oportunidades para novas iniciativas empresariais que favoreçam perspetivas de futuro renovadas para atrair e fixar população”.
Reivindicam, por isso, que os dois governos avancem com este “projeto decisivo que beneficiará, não apenas as empresas, mas também o desenvolvimento sustentável e a prosperidade dos territórios”, lê-se na declaração.
Não vamos deixar que esta situação seja esquecida. Vamos reclamar que este tema seja debatido nas cimeiras ibéricas.
Já numa reunião em Salamanca, em janeiro deste ano, os subscritores deste documento reconheceram a “escassez e a falta de eficiência das ligações ferroviárias com impacto na mobilidade das pessoas e mercadorias entre ambos os países, assim como com o resto da Europa, atrofiando o crescimento económico dos dois países”.
Estes encontros e cooperação entre Portugal e Espanha vão continuar e visam potenciar a colaboração dos dois governos, além da criação de condições para “fortalecer a competitividade das linhas existentes através da otimização dos traçados e da eletrificação integral da rede”.
O autarca social-democrata de Viseu, Fernando Ruas, garantiu que não vão deixar esta reivindicação cair no esquecimento. “Não vamos deixar que esta situação seja esquecida. Vamos reclamar que este tema seja debatido nas cimeiras ibéricas”, assegurou.
“Temos de pedir aos nossos dois governos que unam forças, que façam os esforços necessários para que a rede básica, os corredores atlânticos que passam por Portugal e por Espanha estejam em funcionamento em 2030”, afirmou, por sua vez, o delegado do Corredor Atlântico e Redes Complementares, Luis Fuentes Rodriguez. “O que estamos aqui a reivindicar é que os governos ponham em cima da mesa todo o dinheiro necessário para que as infraestruturas estejam em pleno funcionamento”, completou.
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