Centeno vê juros a descerem para 2%, mas alerta para risco de BCE “fazer demais”
O governador do Banco de Portugal alertou, no entanto, para o risco de o BCE "fazer demais" e levar a inflação para abaixo da meta.
O Banco Central Europeu vai descer as taxas de juro de forma sustentada quando a inflação rondar os 2%, mas tem de ter cuidado “para não fazer demais”, pois seria indesejável ir além dessa meta, afirmou este sábado, Mário Centeno, em entrevista ao Dinheiro Vivo. Para o governador, também os juros deverão estabilizar em torno dos 2%.
“A política monetária deve estar calibrada para não fazer demais. Porque se fizermos demais, podemos ter um efeito perverso na inflação, ela descer para lá dos 2%, e isso é algo indesejável”, afirmou o governador do Banco de Portugal.
“Por isso também temos de ter alguma paciência“, disse, explicando que quando o BCE se começar a aproximar dos 2%, é natural que o ritmo de redução da inflação, ele próprio, fique menos acentuado.
“Vamos convergir para 2% no tal médio prazo, estando já hoje abaixo de 3%, e já não é o primeiro número de inflação abaixo de 3% que temos, mas essa convergência torna-se mais lenta”, adiantou.
Mário Centeno disse ainda que espera que se aproveite a geração mais qualificada de sempre e que os próximos governos mantenham “a alta qualidade das políticas públicas que vigorou até aqui”.
Por fim, Centeno disse que não depende dele um segundo mandato após 2025, mas que o banco tem muito para fazer. “Se for comigo como governador e se for essa a situação, excelente, acho que esta tarefa nunca está terminada”, concluiu Centeno.
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