Desvio da rota marítima do Suez para o Cabo já atinge 60% das cargas
Os rebeldes Huthis têm frequentemente visado navios com ligações ténues ou inexistentes a Israel, pondo em perigo a navegação na rota fundamental do Mar Vermelho. Agência da ONU quer resolver situação
O secretário-geral da Organização Marítima Internacional (IMO), Arsenio Domínguez, sublinhou este domingo que a instituição está a trabalhar “incansavelmente” para encontrar uma solução para a crise no mar Vermelho, que está a perturbar fortemente o transporte mundial de mercadorias.
Numa entrevista à Agência France Press (AFP), o responsável da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) adiantou que mais de 60% da tonelagem anual que costumava passar pelo Canal do Suez, está agora a passar pelo sul de África.
“Os custos dos seguros aumentaram, está a ser gasto mais combustível, pelo que há custos adicionais, e há um impacto sobre os trabalhadores marítimos porque isto representa dez dias extra de navegação”, precisou Arsenio Domínguez.
O objetivo da agência das Nações Unidas, com sede em Londres e responsável pela segurança do transporte marítimo, é “fornecer medidas práticas e operacionais para que os navios possam continuar a operar”, refere, assinalando que continua “otimista” quanto à resolução do conflito.
“Estamos a trabalhar sem descanso para continuar a coordenar todas as ações que conduzam à resolução deste problema”, disse, acrescentando que está “a dialogar com todas as partes”.
Desde novembro, os rebeldes Huthis do Iémen têm atacado repetidamente navios no mar Vermelho devido à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, iniciada em outubro, focando maioritariamente as suas operações contra embarcações israelitas ou com ligações a Israel.
No entanto, os Huthis têm frequentemente visado navios com ligações ténues ou inexistentes a Israel, pondo em perigo a navegação numa rota fundamental para o comércio global entre a Ásia, o Médio Oriente e a Europa. Várias companhias de navegação anunciaram, entretanto, que deixaram de usar esta rota.
Washington e várias capitais ocidentais, bem como alguns países árabes, acusam o Irão de estar envolvido nos ataques devido ao seu apoio aos rebeldes Huthis, algo que Teerão negou em diversas ocasiões e alega que os insurgentes agem por conta própria.
O papel da IMO, é “garantir que as partes continuam a discutir para que a situação não escale mais e para que regressemos a um ambiente marítimo seguro”, disse o secretário-geral.
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