BRANDS' ECO A curadoria musical ajuda a ligar marcas.
"When the music is over, turn out the lights" (The Doors).
Jim Morrison, vaticinou, vociferou, serpenteou, que quando a música acaba, apaga-se a luz. A verdade é que desde o ano louco de 67 para cá, a música contrariou vaticínios, fintou piratas, diversificou géneros e, consequentemente, multiplicou públicos. Registaram-se constantes novas formas de acesso, dos telemóveis, aos festivais, até mesmo à Inteligência Artificial (quem vaticinaria), num todo muito rápido, muitas vezes preocupante ou até mal-entendido, mas as luzes da música não podem estar mais ligadas e mais brilhantes.
Aos dias de hoje há muito mais “música acesa” que segue pela internet, pelas redes, do post à partilha (nunca o verbo foi tão usado), à velocidade dos likes & clicks, somando a facilidade de gravação e edição; nascem e proliferam projetos que resultam numa diversidade de opções, para mais descobertas. Em paralelo, a explosão dos festivais de música vs concertos pontuais de sala e estádios, abre espaço livre para mais música, mais artistas, mais novos estilos e ambientes e mais opções estéticas para pessoas, fãs, marcas e consumidores se apresentarem ligados à musica. Um todo capaz de trazer, desta respeitável indústria, um contributo acima dos 80 mil milhões de euros por ano para a economia da UE.
Tal como a música, a comunicação também se modificou. Há mais vida para além das campanhas de publicidade tradicionais, fixadas em spots de TV, cartazes e rádio. O mundo do digital, das redes, do branded content, das ativações e “experiências”, constituem novas formas de comunicar para tocar e contactar, clientes e amigos, numa lógica de algoritmo dinamizador de engagement, fixador de fãs. A música terá sempre essa capacidade de criar fãs; a marca terá sempre essa necessidade de fidelizar clientes. Este novo mundo da música constitui uma forma diferenciada para a criação, difusão e dinamização de mensagens; para estabelecer relações com um número alargado (ou intimista) de consumidores, de acordo com valores e objetivos assentes em conceitos de comunicação de curadoria musical. Por tal, cada vez mais artistas e managers, entendem esta ligação, quando bem feita, como bem-vinda e capaz de formatos win-win. Até marcas que, por razões diversas, não podem comunicar, podem, associadas a conteúdos de arte, dar mais vida às luzes da música e cultura.
A curadoria musical ou musicbranding, irá sempre aliar eficácia na hora de contar melhor a “história” que a marca quer comunicar. E ainda há muito espaço, nesta associação dos dois mundos, para inovar, fazer mais e melhor, de forma diferente, e consistente – até porque todas as marcas são diferentes, logo, os seus conceitos e posicionamentos também.
Só “As Portas” fechadas por Morrison, apagaram a luz viva deles. A música, essa, irá sempre iluminar a comunicação das marcas que a ela se ligarem, acendendo positivamente as vidas das pessoas.
Luís de Carvalho, Founder @Bandsandbrands
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