Porto SAD melhora capitais próprios com reavaliação substancial dos ativos

A SAD portista fechou o último semestre do ano com resultados positivos e uma redução dos capitais próprios negativos para 8,5 milhões, devido a uma parceria com uma empresa internacional.

A SAD portista fechou o primeiro semestre do exercício de 2023/2024 com um resultado líquido de 35 milhões de euros, avançou o clube em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A SAD adianta ainda que fechou um acordo com uma empresa internacional, que assumirá uma participação minoritária numa das empresas com os direitos comerciais do Grupo FC Porto e num investimento inicial com vista a modernizar o Estádio do Dragão, o que permitiu reduzir os capitais próprios negativos de 176 milhões de euros para 8,5 milhões.

“O resultado líquido consolidado, atribuível aos detentores de capital próprio da empresa-mãe, apresentado pela Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD no primeiro semestre do exercício 2023/2024, é de 35 milhões de euros”, avançou a empresa em comunicado.

A SAD portista avança ainda que “este resultado não inclui ainda os 9,6 milhões de euros relativos ao prémio de acesso aos oitavos de final da UEFA Champions League, garantido em dezembro passado, uma vez que, dando cumprimento às normas internacionais de contabilidade (IFRS), esta verba só será contabilizada no terceiro trimestre deste exercício”.

No que diz respeito aos capitais próprios, o clube não conseguiu ainda fechar com valores positivos, mas registou uma franca melhoria, ao reduzir os capitais próprios negativos para 8,5 milhões de euros, em resultado de uma parceria fechada pelo clube.

“Na sequência do acordo estabelecido com uma prestigiada empresa internacional, abaixo referido, foi realizada uma avaliação ao ‘valor de mercado’ dos cash-flows gerados pelo Estádio do Dragão, por uma conceituada empresa internacional – Crowe (Crowe Advisory PT) – sujeita à revisão da empresa de auditoria da FC Porto – Futebol, SAD, a EY (Ernst & Young Audit & Associados – SROC, S.A.), que apurou o valor de 279 milhões de euros”, refere o clube.

Com esta parceria verificou-se “uma reserva de reavaliação correspondente à diferença entre o impacto no Ativo e no Passivo, que fez aumentar os capitais próprios em 132 milhões de euros”.

“Juntando o efeito da reavaliação do Estádio aos resultados apresentados ao semestre, o capital próprio consolidado da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD recuperou 167,5 milhões de euros, atingindo em 31 de dezembro de 2023 o valor negativo de 8,5 milhões de euros”, adianta ainda o comunicado. “Com o registo dos 9,6 milhões de euros do acesso aos oitavos de final da UEFA Champions League, os capitais próprios ficariam positivos em 1,1 milhões de euros.

Na conferência de apresentação de resultados, Fernando Gomes, o administrador financeiro da SAD portista, voltou a destacar o acordo realizado com uma empresa internacional, uma parceria que irá resultar numa “participação financeira de um montante estimado entre os 60 e 70 milhões de euros, a realizar no 4º trimestre deste exercício”. No entanto, o clube não adiantou quem é a empresa com quem realizou uma parceria.

Este valor de 60 a 70 milhões é a subscrição de uma participação financeira e portanto é a subscrição de capital. Mas vão trazer enorme melhoria. Desde logo vamos começar por fazer, e já está um projeto elaborado, os nossos camarotes, quer do lado nascente, quer do lado poente, vão sofrer uma pequena revolução e são eles que trazem o input para nós podermos avançar”, explicou.

Este investimento vai “permitir aumentar a capacidade, aí o valor acrescentado, procurando espaço no Estádio do Dragão, e isso far-se-á sem prejuízo nunca dos utentes e do uso do estádio. Está programado para ser feito aceleradamente em dois anos durante o período de encerramento das atividades do estádio”.

O clube vai “formar uma sociedade para exploração de toda área comercial do estádio do dragão”, uma espécie de Porto Comercial 2 (ainda não há nome oficial), uma sociedade na qual o clube manterá 70% do capital e a outra empresa os outros 30%.

Com este acordo, que arranca no início de julho, o responsável destacou que o clube irá fechar este exercício com capitais próprios positivos de, pelo menos “50 ou 60 milhões de euros”, uma vez que os 60 ou 70 milhões com que o investidor vai entrar será em capital.

“Além disso, seja no domínio da publicidade, seja no domínio da sponsorização, seja no domínio do naming, ou da gestão do próprio equipamento, vamos ter aqui uma equipa residente que vai ajudar, nomeadamente no catering já começou. Essa equipa já está a trabalhar, já tem equipas no Porto, essa não é segredo, já vem em todo lado, é a Legends. Vão trazer uma nova imagem, mas também novos negócios”, adiantou Fernando Gomes.

De acordo com Fernando Gomes, a reavaliação do negócio do estádio ficou avaliada em 278 milhões de euros.

Em relação a receitas, “os resultados com cedência de passes de jogadores voltaram a ter a habitual preponderância nos resultados do Grupo, contribuído com 39 milhões de euros para o resultado deste 1º semestre de 2023/2024”. “Isto é, o Otávio”, confirmou.

O administrador financeiro refutou ainda as acusações de André Villas-Boas de que o clube estaria a antecipar receitas, adiantando que as receitas da venda do jogador Otávio ao Al Nassr, vendido por 60 milhões de euros, ainda irão refletir-se nos próximos resultados, uma vez que o clube tem a receber mais duas tranches, uma este ano e outra no próximo.

O responsável adiantou ainda que, “antecipamos dois anos de direitos televisivos e ficamos com um ano de direitos livres”, justificando esta decisão com o facto do clube estar a contar agora descontar a venda do passe do Otávio, mas “contrariando todas as expectativas dos bancos que nos apoiam na foi possível descontar”, devido a problemas administrativos do Al Nassr.

Em relação ao passivo, “mesmo tendo em consideração o impacto da contabilização dos imposto diferidos referentes à reavaliação do Estádio, de 35 milhões de euros, diminuiu 20 milhões de euros. Esta redução assenta essencialmente na diminuição do valor global dos empréstimos, em 85 milhões de euros, o que representa um corte de 28%, face a 30 de junho de 2023, do passivo
remunerado do Grupo”, avançou o clube no comunicado.

Apesar daquilo que considera resultados “francamente positivos”, os acionistas da SAD não estão muito convencidos com os resultados, uma vez que as ações estão a subir apenas 1,75%, como resultado de apenas uma transação.

Nota de correção: O clube não informou quem é a empresa internacional com quem fechou uma parceria para uma subscrição de capital. O contrato com a Legends é na área do catering.

(Notícia atualizada)

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