Merkel: A Europa já não pode confiar totalmente nos seus aliados
Sem nunca se referir a Donald Trump, Merkel disse que os dias em que a Europa podia contar totalmente noutros "até certo ponto" chegaram "ao fim".
A Europa já não pode confiar totalmente nos seus aliados. O alerta é lançado pela chanceler alemã, Angela Merkel, depois da reunião do G7 este fim de semana e os encontros da NATO. Sem nunca se referir expressamente ao Presidente norte-americano, Donald Trump, Merkel disse que os dias em que a Europa podia contar totalmente noutros “até certo ponto” chegaram “ao fim”.
“Confirmei isso nos últimos dias”, disse a chanceler numa tenda de cerveja, lotada de gente, em Munique. “E é por isso que apenas posso dizer que nós, os europeus temos, verdadeiramente, de agarrar o futuro nas nossas próprias mãos — claro que em amizade com os Estados Unidos, com o Reino Unido e como bons vizinhos, sempre que isso seja possível também com outros países, até mesmo com a Rússia”, disse a chanceler.
"Nós, os europeus temos, verdadeiramente, de agarrar o futuro nas nossas próprias mãos — claro que em amizade com os Estados Unidos, com o Reino Unido e como bons vizinhos, sempre que isso seja possível também com outros países, até mesmo com a Rússia.”
“Mas temos de saber que temos de lutar pelo nosso futuro com as nossas próprias mãos, pelo nosso destino como europeus”, acrescentou a chanceler, citada pela Reuters.
A reunião de dois dia da cimeira do G7, em Itália, revelou um Donald Trump contra os líderes alemães, franceses, britânicos, canadianos e japoneses em diversos temas, deixando uma sensação de frustração nos diplomas europeus ao ter de revisitar questões que pensavam há muito estarem fechadas, reporta a Reuters.
Donald Trump apoiou o apelo de luta contra o protecionismo no final da reunião do G7, mas recusou apoiar um acordo global relativo às alterações climáticas, alegando que precisava de mais tempo para decidir.
Trump na sua viagem de nove dias admoestou os aliados da NATO por não gastarem o suficiente em defesa, classificou o excedente comercial alemão de “muito mau”, para além de colocar os EUA quase a ponto de sair das negociações do clima, sublinha a Bloomberg. Nas suas declarações em Munique, uma iniciativa de campanha para as legislativas, Merkel revelou parte da sua visão do mundo depois desta viagem do Presidente norte-americano.
Richard Haass, presidente do Conselho norte-americano para as Relações externas, numa mensagem no Twiter disse que os comentários de Merkel foram “uma viragem”, dizendo que o cenário é “o que os Estados Unidos tentaram evitar” desde a Segunda Guerra Mundial.
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