“Não é possível ter um hospital à porta de cada autarca”, afirma CEO da Luz Saúde
A CEO da Luz Saúde diz que é preciso melhorar a competitividade no setor da saúde para enfrentar a "procura gigante" nos próximos anos, com uma população cada vez mais envelhecida.
O setor da saúde, que tem estado sob pressão, vai enfrentar “desafios gigantes” nos próximos anos, fruto do envelhecimento da população, aponta Isabel Vaz. A CEO da Luz Saúde considera que para resolver este problema é necessário atacar o problema da produtividade e “não é possível ter um hospital à porta de cada autarca. É preciso centralizar”.
O setor da saúde enfrenta “desafios gigantes, vai haver muito mais procura do que a oferta disponível. Vamos ter uma procura gigante por cuidados de saúde“, afirmou Isabel Vaz, na conferência da CIP, no Porto. Com recursos limitados, a empresária do setor da saúde defende que “ou continuamos a meter dinheiro lá para dentro, ou então temos que atacar problema da produtividade na prestação de cuidados de saúde”.
“Faltam um milhão de profissionais de saúde na Europa”, recorda, adiantando que perante este quadro há que tomar medidas de gestão. E dá um exemplo: “Há 36% a 40% das tarefas feitas por enfermeiros que podiam ser feitas por outras pessoas”. O mesmo em relação aos médicos.
Além disso, existem “muitos hospitais a operar a níveis muito baixos relativamente ao capital investido” e “não é possível ter um hospital à porta de cada autarca. Tem que se concentrar.” Isabel Vaz destaca que “vale a pena investir [no setor da saúde], mas temos que com os mesmos recursos que temos fazer mais”.
PPP terminadas pelo Estado
Questionada sobre a gestão privada nos hospitais públicos, as PPP, Isabel Vaz refere que “o setor privado tem uma coisa chamada acionistas, que exigem retorno do capital. Nós, o povo, somos acionistas pouco exigentes. Não ficamos muito zangados com os políticos, enquanto os meus acionistas ficam muito zangados se tomo más decisões”.
Com as PPP, o Estado procurou “introduzir esta eficiência dinâmica” e o setor privado foi “gerir com as mesmas obrigações e com maior escrutínio”. “O Estado quando sujeitou os seus hospitais a esta concorrência não gostou, tanto que acabou”.
Quanto a quem terminou esta parceria, Isabel Vaz explica que essa decisão coube à tutela, confrontando o setor privado com condições inaceitáveis. “Quer ficar com uma parceria e você perde 30 milhões todos os anos? Foi isto que aconteceu“, remata.
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