Pedro Nuno quer diversificar financiamento da Segurança Social para que “não dependa só dos trabalhadores”
Líder socialista pede por mais fontes de financiamento da Segurança Social para assegurar o seu futuro. Montenegro rejeita “problemas de sustentabilidade" mas admite debate sobre fontes financiamento
Pedro Nuno Santos defende ser necessário diversificar o financiamento da Segurança Social “nomeadamente, através dos rendimentos de capital”. Durante a sua intervenção no último debate entre todos os partidos, transmitido pela Antena 1, Observador, Renascença e TSF, esta segunda-feira, o líder socialista defendeu que a Segurança Social poderia ser reforçada com parte das receitas de novas concessões de autoestradas ou de portagens, e acusou a Iniciativa Liberal (IL) e a Aliança Democrática (AD) de quererem acabar com outras fontes de financiamento da segurança social.
“Defendemos uma reforma estrutural da Segurança Social que não depende das contribuições dos trabalhadores”, afirmou Pedro Nuno Santos, fazendo referência, por exemplo, às contribuições do adicional ao imposto municipal sobre imóveis (AIMI) e ao adicional de solidariedade sobre o setor bancário. “São fontes de receita que conseguiram arrecadar 2,6 mil milhões de euros e que a IL e a AD querem acabar“, atirou.
Por seu turno, Luís Montenegro – que compareceu ao debate com um atraso de 15 minutos – rejeita que haja “problemas de sustentabilidade [da segurança social] nos próximos anos”, mostrando-se disponível para “uma discussão profunda sobre fontes financiamento, sustentabilidade e relação de confiança”, nomeadamente, através da proposta do PS que prevê afetar parte das receitas de novas concessões de autoestradas ou de portagens ao financiamento da Segurança Social.
Por outro lado, Montenegro rejeitou a proposta defendida da Iniciativa Liberal de privatizar parte da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para financiar a Segurança Social, sublinhando não perspetivar “nenhuma privatização” caso forme Governo com os liberais. “Fora de hipótese”, sublinhou.
Mesmo sem o apoio de um possível aliado de Governo, Rui Rocha insiste na medida, argumentando que ela permitirá defender “o futuro de quem entra no mercado de trabalho”. “Não se pode dizer que temos uma Segurança Social sustentável. Se [privatização da CGD] não der, insistiremos que há questão de urgência, não temos de estar submetidos à visão de outros partidos”, vinca.
Paulo Raimundo acompanha Montenegro na rejeição da tese de que a sustentabilidade da Segurança Social está em risco. “Nada indica que esteja em risco”, sublinha o líder comunista, argumentando que o que é preciso é aumentar salários “agora”.
Questionado sobre o alargamento das fontes de financiamento da Segurança Social, Paulo Raimundo diz que está disposto ao debate, mas que “diversificar as fontes não tem a ver com sustentabilidade, mas com justiça”.
Mariana Mortágua também defende a diversificação das fontes de financiamento da Segurança social através dos rendimentos de capital, lembrando que o Bloco de Esquerda tem contribuído com ideias diferentes para financiar a Segurança Social, como o adicional ao IMI e o imposto sobre as grandes fortunas.
De acordo com a coordenadora bloquista, as contribuições para a Segurança Social são a garantia de que há proteção e segurança no futuro e desvalorizá-las é “um mau serviço que se presta à democracia”. E atira à IL: propostas para a privatizar “são sempre desastrosas, correm sempre mal”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Pedro Nuno quer diversificar financiamento da Segurança Social para que “não dependa só dos trabalhadores”
{{ noCommentsLabel }}