Vanguard investe 50 milhões em fábrica de Esposende que faz casas de madeira para a Comporta
A Kōzōwood Industries, comprada pela Vanguard em 2021, vai fazer as casas de madeira para a Comporta e outros empreendimentos. Promotora avança com outra fábrica de 10 milhões em Esposende.
A Kōzōwood Industries, a empresa comprada em 2021 pela Vanguard Properties e que vai produzir as casas de madeira para o projeto de 2,3 mil milhões de euros da promotora imobiliária na Comporta, inaugurou esta quinta-feira uma nova unidade de produção de estruturas em madeira para casas e edifícios, anunciando ainda a construção de uma segunda unidade, num investimento global na empresa de Esposende de 50 milhões de euros até 2025.
A nova unidade de produção inaugurada esta quinta-feira já estava planeada quando a Vanguard entrou no capital da empresa especializada na construção em madeira em 2021, numa parceira que José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, classifica como “casamento perfeito”. A empresa de Esposende foi escolhida para produzir as casas de Madeira para o projeto de 2,3 mil milhões de euros na Comporta, que é composto por dois empreendimentos residenciais e turísticos com imóveis em madeira.
A construção da fábrica, situada em Esposende, juntamente com o investimento realizado em tecnologia e equipamentos, assim como a construção de uma segunda unidade que vai nascer ao lado do edifício já existente da Kōzōwood, vai implicar uma injeção de 50 milhões de euros por parte da promotora imobiliária até 2025, data em que a segunda unidade de CLT (cross-laminated timber) e de lamelados colados estará concluída. Enquanto a nova fábrica contou com financiamento do PT2020, a segunda unidade terá capital do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Foi uma execução muito rápida“, explica José Cardoso Botelho, na cerimónia de pré-abertura da nova fábrica, adiantando que o ritmo de produção de casas com estruturas de madeira “vai acelerar”, fruto dos requisitos da União Europeia ao nível da sustentabilidade.
Além da produção para a Comporta, a Kōzōwood vai também ser chamada a fazer as estruturas de madeira para o projeto da Vanguard em Oeiras, o Foz do Tejo, onde a promotora vai construir 450 apartamentos e 15 moradias, além de uma parte de serviços, num investimento de 250 milhões de euros a cinco anos.
O investimento na nova unidade de produção da Kōzōwood Industries duplicou a área de implementação da unidade fabril e logística para um total de 30 mil m2 e do número de trabalhadores da empresa, que passará a ter a capacidade para produzir mil unidades por ano, ou três por dia. A segunda unidade, numa área de 10 mil m2, vai permitir à Kōzōwood ter uma área coberta de 30 mil m2, no próximo ano.
Triplicar equipa e reforçar internacionalização
Com uma equipa de 100 pessoas atualmente, Nuno Vale, fundador e CEO da empresa de casas de madeira, prevê triplicar o número de trabalhadores no espaço de ano e meio, passando a ter 300 funcionários, à medida que a Kōzōwood reforça a sua capacidade produtiva – produção de casas para a Comporta vai arrancar– e o seu foco na internacionalização.
“A maior parte da produção não está a ir para a Comporta [estão a ser produzidas as seis primeiras casas e o primeiro edifício], mas [a produção] vai adensar-se no decorrer deste ano e do próximo”, à medida que a produção acelera, explica Nuno Vale. Com apenas de 16% da produção a ser direcionada para o estrangeiro, o líder da Kōzōwood quer reforçar o perfil exportados da empresa nos próximos três anos, alavancando o peso das exportações para 70%.
“Vamos atacar os mercados no Sul da Europa, onde as empresas do Norte da Europa não estão tanto e conseguirmos ser competitivos”, explica.
Novo investimento de 10 milhões
Com vários projetos de grande envergadura em andamento, a Vanguard tem já na calha novos investimentos, tanto na Kōzōwood, como numa nova unidade fabril, que irá ser desenvolvida também em Esposende. “Vamos fazer um novo investimento no concelho, uma indústria de pré-fabricação de paredes de infraestruturas“, um projeto orçado em 10 milhões de euros, para um espaço de 10.000 m2, adiantou José Cardoso Botelho
“Espero fechar o projeto dentro de três meses”, com a data de conclusão prevista para 2025. A nova unidade irá criar 30 novos postos de trabalho, com a Vanguard a trabalhar com parcerias para a manutenção e montagem.
Já na Kōzōwood, Nuno Vale refere que está a ser discutida uma nova unidade fabril, desta vez localizada a Sul, “muito ligada à investigação e desenvolvimento”, prevendo-se a criação de “um grande laboratório nacional”. O objetivo, avança, é colocar este projeto em andamento “em menos de dois anos”.
Em termos de investimento, o CEO da empresa de casas de madeira não detalha valores, mas indica que “no todo é superior” ao valor aplicado em Esposende, uma vez que “agrega unidade fabril, científica e de habitação”.
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