Seguradoras 2023: Lucros baixam 15%, solidez sai reforçada
O conjunto das seguradoras que atuam em Portugal baixaram o lucro líquido em 2023 para 700 milhões de euros, revelou a entidade supervisora, mas há reforço nos rácios de solvência.
Os lucros líquidos das seguradoras baseadas em Portugal baixaram em 2023 para cerca de 700 milhões de euros, segundo dados divulgados revelados esta segunda-feira pela ASF, entidade supervisora do setor. Este valor é 15% inferior ao registado no ano anterior.
No entanto, os valores de 2022 estavam enviesados por uma rentabilidade excecional da seguradora GamaLife resultante de uma operação de aquisição em Itália. Excluindo essa seguradora, os lucros tinham sido de 510 milhões de euros o que pode indicar uma eventual subida deste indicador em 2023 para o conjunto do setor segurador.
Dado importante é a solvência ou solidez das seguradoras que, no último dia de 2023, indicou reforço em relação a um ano antes. O rácio de cobertura do Requisito de Capital de Solvência (SCR), que resulta da agregação das cargas de capital relativas aos vários riscos a que as empresas de seguros se encontram expostas foi de 203%, refletindo um acréscimo de seis pontos percentuais face ao final de 2022.
O outro indicador utilizado, o rácio de cobertura do Requisito de Capital Mínimo (MCR) – nível mínimo de fundos próprios abaixo do qual se considera que os tomadores de seguros, segurados e beneficiários ficam expostos a um grau de risco inaceitável – foi de 546%, refletindo um aumento de cerca de 29 pontos percentuais face ao final do ano anterior.
Outros dados destaques incluídos no Relatório de Evolução da Atividade Seguradora (REAS) para o 4º trimestre de 2023, da autoria da ASF, são:
- Produção global de seguro direto relativa em Portugal diminuiu 1,9% face ao período homólogo de 2022, situando-se em cerca de 11,8 mil milhões de euros.
- O ramo Vida apresentou uma quebra de 14,3%, tendo sido relevante para este decréscimo a diminuição verificada nos seguros de vida ligados (-54,8%), em particular nos PPR (-66,3%).
- Os ramos Não Vida registaram um crescimento de 10,4%, com destaque para o crescimento de 16,7% no ramo Doença, cujo peso relativo na produção passou a ser de 20,3% no final do período.
- Os montantes pagos por sinistros cresceram 12,1%. Para este aumento foram determinantes o crescimento de 12,7% no ramo Vida, potenciado pela variação positiva de 22,3% verificada nos seguros de Vida Não Ligados (incluindo os PPR Não Ligados), e de 11% nos ramos Não Vida, tendo para isso contribuído os ramos Incêndio e Outros Danos (22,3%) e Doença (18%).
- No final de 2023, o valor das carteiras de investimento das empresas de seguros totalizou 50,4 mil milhões de euros, o que representa um decréscimo de 0,7% face ao mesmo período do ano anterior. Na mesma data o volume de provisões técnicas foi de 42,6 mil milhões de euros.
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