Macron desafia aliados a “não serem cobardes” no apoio à Ucrânia
Numa altura em que se debate a necessidade de reforçar o armamento à Ucrânia e a possibilidade de se enviarem tropas, Macron desafiou os aliados a "não serem cobardes" no apoio à Ucrânia.
O presidente francês desafiou os aliados da Ucrânia a “não serem cobardes” no apoio ao país no combate à invasão russa, e admitiu não excluir a possibilidade de ser necessário enviar tropas ocidentais para a Ucrânia, ainda que a maioria dos aliados europeus já tinha rejeitado essa hipótese.
“Estamos certamente a aproximar-nos de um momento na Europa em que será necessário não sermos cobardes“, disse esta terça-feira Emmanuel Macron, durante uma visita à República Checa que serviu de oportunidade para promover um plano de reforço do armamento da Ucrânia através de fornecedores fora da Europa.
Numa conferência sobre segurança em Munique, no mês passado, o presidente da República Checa garantiu ter capacidade de recolher uma “quantidade substancial” de armamento para a Ucrânia fora do continente. Petr Pavel afirmou que, em colaboração com o Canadá e a Dinamarca, os checos “identificaram” 500 mil cartuchos de munições de 155 milímetros e 300 mil cartuchos de 122 milímetros “que poderiam ser entregues dentro de semanas” se se recorressem a fundos comunitários para financiar a compra.
De acordo com o Financial Times, Praga estará a tentar reunir cerca de 1,38 mil milhões de euros para pagar este reforço do armamento, e atualmente 15 nações parecem dispostas a aderir à iniciativa, incluindo a França. Os Países Baixos já se comprometeram a doar 100 milhões de euros.
Na mesma declaração, Macron afirmou que tanto a França, como a República Checa, estavam “conscientes de que a guerra está de volta ao solo [na Europa]”, e alertou que algumas potências económicas tornaram-se “imparáveis” e estão a “alargar todos os dias a sua ameaça de ataque”. Perante esse risco, o chefe de Estado francês defendeu ser imperativo o bloco europeu “estar à altura da história e da coragem que ela exige”.
Macron chegou mesmo a sugerir a utilização das receitas provenientes dos ativos russos congelados na Europa para financiar a defesa da Ucrânia, estimando-as em entre três a cinco mil milhões de euros por ano, mas acabou por recuar, defendendo que esse capital deve permanecer intocável.
“Não somos a favor de fazer coisas proibidas pelo direito internacional e de abrir um debate que, na minha opinião, enfraqueceria a Europa”, afirmou.
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