“Estamos a poucos dias de uma mudança política em Portugal”, garante Montenegro ao Partido Popular Europeu
"Podemos sentir um vento de mudança", declarou Luís Montenegro numa mensagem ao congresso do PPE, em Bucareste, que irá apontar Ursula von der Leyen como cabeça-de-lista às eleições europeias.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, disse esta quinta-feira ao congresso do Partido Popular Europeu (PPE) antever uma “mudança política em Portugal” nas eleições de domingo, sublinhando também o apoio da Aliança Democrática (AD) a Ursula von der Leyen.
“Estamos a poucos dias de uma mudança política em Portugal. Tenho andado pelo país a ouvir e a falar com as pessoas, desde que fui eleito há um ano e meio, [mas] nas últimas semanas em particular a onda de apoio tem sido enorme e está a crescer de dia para dia, podemos sentir um vento de mudança”, declarou Luís Montenegro, dirigindo-se numa mensagem em vídeo em inglês ao congresso do PPE, na capital romena de Bucareste.
Intervindo na ocasião enquanto líder da oposição, Luís Montenegro sublinhou o “projeto ambicioso” que a AD tem para Portugal. “No dia 10 de março, Portugal tem dois caminhos possíveis: a opção socialista, que significa enormes problemas no sistema de saúde, na educação, na habitação e na justiça, e a nossa opção, que é um caminho para a esperança e o crescimento”, apontou.
O líder social-democrata disse ainda que “as opções socialistas estão de braço dado com partidos radicais de extrema-esquerda anti-europeus e anti-NATO”, enquanto a AD é composta pelos “partidos portugueses mais europeus”.
Hoje, no congresso do PPE, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deverá ser escolhida como cabeça de lista do partido de centro-direita para as eleições europeias de junho, sendo este o ponto alto do evento.
Falando sobre Ursula von der Leyen, Luís Montenegro vincou que esta “foi a candidata desde o início” para o PSD e CDS. “Obrigado por tudo o que está a fazer e vai fazer pela Europa e pelos europeus. Orgulhamo-nos do seu trabalho e confiamos no futuro que dará ao nosso continente nos próximos cinco anos”, adiantou o líder social-democrata.
Luís Montenegro agradeceu ainda o “apoio vibrante” do PPE e do seu presidente, Manfred Weber, bem como da líder da assembleia europeia, Roberta Metsola.
Na reunião magna do PPE, que arrancou na quarta-feira na capital romena e hoje termina, Ursula von der Leyen deverá ter o seu nome confirmado pela bancada europeia de centro-direita, duas semanas após ter anunciado a sua candidatura a ‘Spitzenkandidat’ (cabeça de lista), visando uma recandidatura à frente da Comissão Europeia por mais cinco anos.
Este será o ponto alto do evento, no qual se registaram 2.000 participantes de 44 países. Na antevisão do evento, um alto funcionário do PPE disse à Lusa e a outros ‘media’ europeus que o grupo político de centro-direita conta atualmente “com 12 primeiros-ministros”, esperando que “talvez cresça para 13 depois do próximo domingo”, numa alusão às eleições portuguesas.
Ursula von der Leyen não foi ‘Spitzenkandidat’ do PPE em 2019, mas desta vez concorreu e foi apoiada pelo seu partido alemão, a União Democrata-Cristã (CDU), contando depois com o apoio do partido homólogo polaco e grego.
O PPE é um grupo político de centro-direita, pró-europeu, que reúne mais de 83 partidos nacionais de 44 países.
Olhar para as mulheres e dar “passos seguros” pela igualdade
Na véspera, num comício em Barcelos, Luís Montenegro afirmou que o programa da Aliança Democrática (AD) olha para as mulheres e prometeu-lhes que irá “dar passos seguros importantes” para assegurar a igualdade de oportunidades. A quatro dias das legislativas antecipadas de domingo, dedicou grande parte da sua intervenção “às mulheres portuguesas”, referindo que têm sido “uma força, um alento” nesta campanha.
Antes, neste comício da AD discursou o antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes, a quem Luís Montenegro se referiu como “o comentador que o povo consagrou”, alguém que “já deu muito a Portugal” e um dos antigos governantes que constituem “uma inspiração” para o trabalho que quer fazer.
Dirigindo-se às mulheres, o presidente do PSD afirmou que o programa da AD “olha para elas também”, na saúde, na educação, nas pensões. “Às mulheres de Barcelos, às mulheres de Braga, às mulheres de Portugal eu quero assegurar-lhes: nós vamos mesmo dar passos seguros importantes para garantir uma verdadeira igualdade de oportunidades”, acrescentou.
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