Exportações reagem pouco, défice comercial agrava-se
As exportações de bens continuam fortemente penalizadas pelas vendas para fora da Europa e não conseguem descolar. Exportações para Espanha, França e Alemanha aceleram, mas não chega.
As exportações de bens cresceram 6,1% em agosto, quando comparadas com o mesmo mês de 2015. Mas isto não chega: a variação mensal continuou fortemente negativa e a tendência de quebra que tem vindo a ser registada desde fevereiro mantém-se, mostram os dados revelados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Aliás, o saldo da balança comercial está mais negativo.
Em agosto, as exportações cresceram em termos homólogos por causa da melhoria verificada no comércio intracomunitário. As vendas para os parceiros europeus aumentaram 12,2%, um valor que se destaca pela positiva quando comparado com julho (tinha aumentado 0,9%). Ainda assim, continuaram fortemente penalizadas pelas exportações para fora da Europa, que caíram 7,2%.
Exportações continuam a cair em Agosto
A melhoria homóloga registada em agosto não foi suficiente para alterar a tendência trimestral, que se manteve negativa. Também em termos mensais as vendas internacionais registaram uma quebra abrupta (21,6%). O INE explica que, em parte, o valor de agosto “poderá ter refletido efeitos de calendário“, já que em 2016 houve menos dois dias úteis em julho e mais um dia útil em agosto do que o verificado nos mesmos meses de 2015.
O INE mostra ainda que de entre os principais países clientes dos produtos portugueses, os Estados Unidos e Angola continuam a destacar-se pela negativa, com quebras de 15,1% e 37,6%, respetivamente. Mas Espanha, França e Alemanha, os três principais países para onde são expedidos produtos portugueses, registaram melhorias significativas.
Principais parceiros melhoram, mas EUA e Angola continuam em queda
Do lado das importações, verificou-se um aumento mensal de 10,6% quando comparado com agosto de 2015. Este dado sofre, contudo, dos mesmos problemas de comparabilidade que o valor das exportações. Excluindo os combustíveis e lubrificantes da análise, as tendências não se alteram — as variações são apenas mais evidentes.
Quanto ao saldo comercial, as notícias continuam negativas: o défice agravou-se para 2,6 mil milhões de euros e a taxa de cobertura reduziu-se para 82,6%, dos anteriores 83,3%.
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