Abrandamento em fusões e aquisições poderá impulsionar atividade seguradora
Após um ano com redução de prémios para as seguradoras conseguirem ser competitivas, prevê-se aumento na procura de seguros de fusões e aquisições.
As atividades de fusões e aquisições deverão crescer este ano devido ao aumento do dry power das private equity’s, de acordo com a quarta edição do relatório global da corretora independente especializada em seguros e resseguros, BMS Equity, M&A and Tax (PEMAT). Por dry power entende-se a acumulação de liquidez das private equities por não terem investido ao longo de 2023 devido a fatores como a inflação ou subida dos juros, e precisarem que aplicar este dinheiro.
O ano passado teve, comparativamente a anos anteriores, um mercado de fusões e aquisições fraco, o que pode ser um sinal positivo para 2024, pois “os negociadores querem compensar pelo tempo perdido”, lê-se no relatório. Outro indicador otimista é o aumento global de 21% nos pedidos de informação efetuados em 2023 em comparações com 2022 – uma das razões que fazem a BMS crer na forte apetência para as transações este ano.
Nesse sentido, prevê-se um aumento nas contratualizações de seguros relacionados com processos de fusões e aquisições. “Durante o primeiro semestre do ano, podemos esperar testemunhar um aumento gradual na atividade de fusões e aquisições de média e grande capitalização, enquanto os negócios de PME permanecerão relativamente estáveis”, lê-se no estudo.
Este segmento de seguros ficou marcado pela baixa atividade em 2023. Devido aos impactos da pandemia e os desenvolvimentos macroeconómicos, o seguro foi pouco dinâmico e as seguradoras reduziram os prémios e retenções médias das apólices para ganhar negócios, refere o estudo. Paralelamente, os pedidos de garantia e indemnização aumentaram devido ao aumento das fusões e aquisições em 2021 e 2022.
Como consequência do fomento do mercado de fusões e aquisições, aliado à maior estabilidade macroeconómica e às perspetivas de queda da inflação e taxas de juro, o seguro de responsabilidade fiscal (tax liability insurance) também deverá ser mais procurado.
As tensões geopolíticas e os resultados das eleições que estão a ter lugar em diversas partes do mundo também deverão impactar o fluxo de transações. Nesse sentido, a BMS acredita que se vai destacar o investimento das private equity em empresas mais pequenas, cujos proprietários são os seus fundadores, que sejam estratégicas para os seus planos de consolidação e menos dependentes da dívida externa.
Também ao longo deste ano, prevê-se que os mercados dos países emergentes sejam atrativos para as empresas por oferecerem oportunidades de crescimento e diversificação.
A dominar o mercado de aquisições e fusões estarão os setores das energias renováveis, energia, infraestruturas, serviços financeiros e profissionais, acredita a empresa produtora do relatório.
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