Sanções atrasam e encarecem a compra e o fabrico de armas na Rússia
Relatório dos serviços secretos britânicos aponta que as sanções limitaram a aquisição de materiais para a indústria de defesa da Rússia, que representa agora apenas 11% do comércio mundial de armas.
As sanções mais rigorosas contra a Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia há mais de dois anos, limitaram as possibilidades de Moscovo adquirir materiais para a sua indústria de defesa, defenderam os serviços secretos britânicos.
Num relatório divulgado esta segunda-feira pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, os especialistas britânicos consideram “altamente provável” que esta reduzida margem de manobra tenha implicado atrasos e entregas mais caras.
“O isolamento da Rússia limita o número de países com os quais pode negociar diretamente”, afirmam os peritos britânicos num relatório divulgado pelo Ministério da Defesa.
Noutro relatório, mas do Instituto para o Estudo das Economias em Transição do Banco da Finlândia, alguns países já estão a pagar prémios de mais de 60% para vender certos bens à Rússia.
A Rússia conseguiu aumentar a produção de algumas munições, mas está a ter dificuldade em obter sistemas mais avançados e complexos que dependem, em princípio, de componentes e tecnologia estrangeiras, segundo os serviços secretos britânicos.
É “provável”, defendem os britânicos, que a cadeia de abastecimento continue a enfrentar dificuldades a curto prazo, agravadas pelas limitações da Rússia na exportação do seu próprio equipamento, incluindo as dificuldades em estabelecer mecanismos de pagamento para contornar as sanções internacionais.
Segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI), a Rússia representa apenas 11% do comércio mundial de armas, menos dez pontos percentuais do que entre 2014 e 2018.
França quer que China envie mensagem clara à Rússia
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, defendeu esta segunda-feira que “a China deve enviar mensagens muito claras à Rússia” sobre a guerra na Ucrânia, após reuniões com o seu homólogo em Pequim.
“Estamos convencidos de que não haverá uma paz duradoura se não for negociada com os ucranianos”, afirmou Séjourné numa conferência de imprensa, acrescentando que “não haverá segurança para os europeus se não houver uma paz em conformidade com o direito internacional”.
Para o ministro, o país asiático desempenha “um papel fundamental na independência e no respeito pelo direito internacional, incluindo a soberania da Ucrânia”. “Esta guerra diz respeito a toda a comunidade internacional”, afirmou o ministro ao seu homólogo chinês, que não fez qualquer referência específica ao conflito na Ucrânia no seu discurso no início da conferência.
Stéphane Séjourné declarou ainda que “a França está determinada a manter um diálogo estreito com a China”. Nos últimos anos, a França e a China têm procurado reforçar laços. O ministro francês disse também que “não é desejável” a dissociação com a China no comércio, reduzindo significativamente os laços económicos entre os dois países.
A visita de Séjourné a Pequim tem como pano de fundo o 60.º aniversário das relações diplomáticas entre a França e a China e o recomeço das visitas oficiais desde o fim da pandemia da covid-19.
É a segunda vez em menos de seis meses que um ministro dos Negócios Estrangeiros francês visita a China, após a antecessora de Séjourné, Catherine Colonnal, ter estado em Pequim em novembro passado.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, também visitou a China em abril de 2023, tendo sido acusado de se aproximar de Pequim e causou polémica ao dizer que a Europa não deveria ser “seguidora” dos Estados Unidos da América em caso de conflito com a China sobre Taiwan.
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