Petróleo renova máximos de cinco meses acima dos 88 dólares
A melhoria das condições económicas na China e nos EUA e a intensificação das tensões geopolíticas no Médio Oriente estão a sustentar a subida das cotações do petróleo nos mercados internacionais.
Os preços do petróleo estão esta terça-feira a subir mais de 1%, renovando máximos de cinco meses, com o Brent a negociar acima dos 88 dólares por barril. A impulsionar a matéria-prima está a divulgação de indicadores económicos animadores tanto nos EUA como na China, indicando uma possível recuperação da procura nestes mercados, num momento em que persistem as tensões geopolíticas no Médio Oriente.
O Brent, negociado em Londres, segue a valorizar 1,33%, para 88,59 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) valoriza 1,46%, para 84,94 dólares por barril. Os preços do ouro negro estão, assim, a fixar novos máximos de cinco meses, depois de na segunda-feira terem negociado pela primeira vez em valores de 27 de outubro.
A matéria-prima continua a beneficiar de um conjunto de fatores. Por um lado, na procura, perspetiva-se que a melhoria das condições económicas nos principais mercados suporte um aumento do consumo. A atividade industrial registou uma melhoria em março nas duas maiores economias do mundo. Na China aumentou pela primeira vez em seis meses e nos Estados Unidos subiu pela primeira vez em ano e meio.
Do lado da oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) realiza uma reunião online esta quarta-feira, esperando-se que mantenha os cortes de produção voluntários de 2,2 milhões de barris por dia até ao final do segundo trimestre.
A produção da OPEP caiu, no mês passado, em 50 mil barris diários, indicando que os cortes voluntários estão a ter algum efeito na oferta.
Além da redução na oferta, as tensões geopolíticas no Médio Oriente continuam a intensificar-se, depois de um míssil israelita ter atingido a embaixada iraniana na Síria e ter morto sete conselheiros militares.
“Os catalisadores para os preços do petróleo continuam a acumular-se, com condições económicas mais fortes do que o esperado na China e nos EUA, oferecendo uma perspetiva de procura mais otimista, enquanto as tensões geopolíticas no Médio Oriente continuam a aquecer com o envolvimento do Irão”, refere o estratego do IG, Yeap Jun Rong, em declarações à Reuters.
“Até à data, o mercado não tem estado preocupado com problemas na oferta, com a guerra a permanecer contida”, mas “o envolvimento do Irão poderá colocar o seu fornecimento de petróleo em risco“, escrevem os analistas do ANZ.
Para Suvro Sarkar, analista do DBS Bank, a combinação de uma disciplina nos cortes de produção por parte da OPEP+, com “riscos geopolíticos persistentes, incluindo o recente ataque à embaixada iraniana na Síria, podem levar os preços do petróleo a negociar em níveis próximos de 90 dólares por barril no curto prazo“.
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