Construtora Casais já trouxe a primeira dúzia de trabalhadores da Guiné-Bissau
Grupo de Braga já assinou contrato de trabalho em Portugal com os primeiros candidatos selecionados num projeto de formação e recrutamento na Guiné-Bissau. Faltam 80 mil trabalhadores na construção.
Já estão em Portugal os primeiros 12 trabalhadores recrutados pelo grupo Casais na Guiné-Bissau, no âmbito de um projeto que tem como objetivo oferecer formação e oportunidades de emprego no setor da construção a profissionais provenientes deste país africano que integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Acabaram de chegar os primeiros 12 colaboradores que têm estado ainda em período de formação e acolhimento. O objetivo é a aplicação deste programa de forma faseada, para conseguir acompanhar e fornecer as bases e orientação necessárias e, futuramente, decidir se avança com a expansão”, adiantou ao ECO fonte oficial da construtora bracarense.
Na sequência de um processo de formação e de avaliação no país de origem, que durou três semanas, o Grupo Casais já assinou com estes primeiros candidatos selecionados um contrato de trabalho em Portugal, onde agora continuarão em formação. Além de combater a imigração ilegal, o projeto visa “combater a falta de mão-de-obra” no país, que descreve como “um problema que tem vindo a ser muito marcante no setor da construção”.
Além deste projeto, o grupo minhoto já teve outras iniciativas de recrutamento em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe, onde recrutou pessoas com alguma experiência na construção civil e que posteriormente fizeram formação em Portugal. Já em Angola, no Brasil e em Moçambique, onde tem atividade, detalha a mesma fonte que aqueles que chegam a Portugal já vêm com formação interna, dada pela empresa que em 2022 registou uma faturação consolidada de 682 milhões de euros.
“Um dos nossos objetivos é o caminho para a construção sustentável e para isso é fulcral uma mão-de-obra qualificada e a valorização daqueles que são os recursos humanos, um ponto fundamental para este desenvolvimento. De forma a contribuir para melhorias no setor, e também para promover a reversão da imigração de risco, e capacitar a força trabalhadora do setor da construção civil na Guiné-Bissau, damos este passo importante”, resume António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais.
Com um “défice” de 80 mil trabalhadores, estimado por Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), as construtoras fecharam há pouco mais de um mês um acordo com os sindicatos para uma nova tabela salarial que “assegura a diferenciação e valorização de todos os grupos” após o aumento do salário mínimo nacional.
Um dos nossos objetivos é o caminho para a construção sustentável e para isso é fulcral uma mão-de-obra qualificada e a valorização daqueles que são os recursos humanos.
Em 2023, os custos salariais na construção aumentaram 3,4% em relação ao ano anterior. Ainda assim, abaixo daquela que tinha sido a progressão em 2022 (4,9%). Por outro lado, no ano passado dispararam 11,7% os outros custos suportados pelos patrões do setor, que incluem indemnizações por despedimento, encargos legais (contribuições sociais, seguro de acidentes de trabalho e doenças profissionais) e encargos facultativos (seguro de saúde, seguro de vida e prestação complementar de invalidez).
Da formação aos vistos de trabalho
No caso do projeto na Guiné-Bissau, a iniciativa arrancou com a divulgação, seleção e recrutamento, que exigiu determinados requisitos mínimos para a candidatura a esta oferta de contratação e formação. A par da formação teórica e prática (como alvenaria, reboco, betonilha ou ladrilho), a cargo do Instituto de Formação dos Países de Língua Portuguesa (IFCPLP) ficaram também as questões de documentação e pedido de vistos de trabalho.
A histórica construtora portuguesa, fundada em maio de 1958 e que integra o lote das cinco maiores do país, detalha ainda que, no âmbito deste projeto, foram selecionados 60% dos candidatos, com os quais foi efetivado um contrato de trabalho. Os restantes ficado numa bolsa de trabalhadores que pode ser utilizada para servir as empresas locais.
Embora o histórico de internacionalização inclua outros países, como a Rússia, o Cazaquistão, a Argélia, a China ou Cabo Verde, o grupo Casais opera atualmente em 17 países: Portugal, Angola, Alemanha, Arábia Saudita, Bélgica, Brasil, Espanha, EUA (Texas), EAU (Dubai e Abu Dhabi), França, Gana, Gibraltar, Holanda, Marrocos, Moçambique, Reino Unido e Qatar.
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