Galp leva PSI a melhor desempenho semanal em mais de um ano

O PSI encerrou a semana com ganhos de 5,04%. É o melhor desempenho semanal desde 31 de março de 2023, com 85% destes a serem gerados somente à conta da subida explosiva de 28% das ações da Galp.

O principal índice da Euronext Lisboa teve uma semana memorável, com o PSI a valorizar 5,04% até aos 6.612,51 pontos. Apesar de nem todas as 16 empresas que constituem o índice nacional terem fechado a semana com ganhos, o PSI teve o melhor desempenho semanal desde 31 de março de 2023.

“Em termos agregados, o PSI apresenta um desempenho muito bom, que surge de fatores muito específicos”, salienta Carlos Pinto, gestor do fundo de ações nacionais Optimize Portugal Golden Opportunities, lembrando que o “PSI tem uma elevada concentração”, dando como exemplo o facto de a Galp Energia GALP 0,58% pesar 15,5% no índice e esta semana ter registado o melhor desempenho semanal desde 9 de novembro 2007, com as ações a subirem 28,05%.

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A sustentar o comportamento positivo do PSI ao longo desta semana esteve naturalmente o desempenho dos títulos da Galp Energia, que chegaram a disparar mais de 20% na sessão de 22 de abril com o anúncio de uma importante descoberta comercial numa exploração que a petrolífera tem na Namíbia, e que colocou as ações da empresa a negociarem no valor histórico de 20,68 euros.

Segundo contas do ECO, 85% dos ganhos gerados pelo PSI esta semana foram da inteira responsabilidade da petrolífera.

“A Galp mostrou um sólido aumento percentual no mês, ajudando a elevar o índice”, destaca João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, mas alerta os investidores a terem alguma cautela, referindo que o indicador de análise técnica RSI a 14 dias (que mede a força do movimento das cotações de um ativo comparando os ganhos médios com as perdas médias durante um determinado período) “indica uma possível condição de sobrecompra que pode levar a uma consolidação ou retração no curto prazo” das ações.

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PSI para lá da energia da Galp

Para lá da petrolífera, que tem marcado para o final da próxima semana (30 de abril) a apresentação das suas contas do primeiro trimestre, esteve também em grande destaque ao longo de toda a semana as ações do BCP BCP 3,02% , que acumularam ganhos de 6,47% nas últimas cinco sessões, com os títulos a fecharem esta sexta-feira nos 0,3242 euros após uma subida diária de 1,44%, “demonstrando as perspetivas positivas com a margem juros a alimentar de forma virtuoso o setor bancário europeu”, refere João Queiroz.

Ponto positivo também para o desempenho semanal de 7% da Jerónimo Martins JMT 0,96% , que somente esta sexta-feira chegou a subir mais de 9,3% após a apresentação dos resultados do primeiro trimestre mostrarem um crescimento dos resultados operacionais em todos os seus segmentos e um aumento de 18,6% das vendas para 8,1 mil milhões de euros.

No entanto, as ações da retalhista, que desde o início do ano acumulam uma desvalorização de quase 17%, acabaram por fechar a sessão desta sexta-feira a subir 2,15% para os 19,11 euros (apenas superado pela subida de 3,54% da Mota-Engil EGL 0,10% ), após a empresa colocar alguma água na fervura, indicado que o ambiente económico é mais desafiante e reafirmando, uma vez mais em conferência com os analistas, a intenção de “continuar a investir em ganhar quota de mercado nos mercados em que opera, que poderá significar estar disponível a pressionar alguma da sua margem em períodos mais desafiantes para conquistar a confiança dos consumidores”, refere Carlos Pinto.

Entre os títulos mais penalizados durante a semana histórica do PSI estiveram as ações da Nos NOS 0,15% , que apesar de nesta sexta-feira terem subido 1,08% até aos 3,28 euros, foram a lanterna vermelha desta semana ao resvalarem quase 9%.

A pressionar também o PSI estiveram as ações da EDP EDP 1,94% , que apesar de terem fechado a sessão desta sexta-feira com ganhos de 0,83%, fecharam a semana a perder 2,33% e com quatro sessões consecutivas no vermelho. Desde o início do ano que as ações da EDP acumular perdas de 22,7%.

Desde o início do ano que o PSI acumula ganhos de 3,42%. No entanto, até ao final da passada sexta-feira (19 de abril), o principal índice da Euronext Lisboa contabilizava uma desvalorização de 1,6% em 2024. “Após um período de desempenho mais moderado ou até negativo, o PSI passou por fase de correção e consolidação que resulta numa recuperação rápida conjugada com um facto relevante da Galp que detém um ativo que sofreu uma tremenda avaliação positiva ou mesmo explosiva e a Jerónimo Martins que reviu em alta as vendas do primeiro trimestre”, resume João Queiroz.

O PSI contou assim uma semana muito positiva, sendo impulsionado por ganhos de várias das suas principais ações, “apesar de alguns sinais de sobrecompra com 5 das 16 cotadas próximas ou em sobrecompra (RSI 14 dias > 70%)“, destaca João Queiroz, mas que também não deixa de notar que “o ímpeto geral ainda parece favorável.

Para as próximas semanas, que serão fortemente impactadas pela apresentação das contas do primeiro trimestre das 16 empresas do PSI, o responsável do Banco Carregosa considera que os números que serão revelados “podem ajudar a impulsionar a confiança dos investidores, resultando em compras substanciais e, consequentemente, uma valorização a prazo do índice.”

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