Como desenvolver uma organização saudável e feliz?

  • Rita Correia
  • 3 Maio 2024

Afinal, um líder feliz será certamente um líder mais próximo, que reflete continuamente, inspira e ajuda a desenvolver melhores pessoas e mais felizes.

Investir na felicidade organizacional é uma prioridade. A curva de clientes satisfeitos e felizes cresce a par e passo quando as pessoas estão de facto envolvidas e motivadas.

O papel da liderança é importantíssimo, uma vez que há uma elevada percentagem de pessoas que abandona as empresas por desgaste relativamente à sua relação com o líder. Lideranças, com gap geracional relativamente aos seus liderados, não serão certamente o fator que impossibilita pessoas motivadas e felizes; o indispensável é dotar os líderes de ferramentas que lhes permitam ouvir, conhecer, acreditar e extrair o melhor das pessoas.

Como podemos, então, potenciar a vontade de as pessoas ficarem na empresa, ainda que a motivação mais duradoura e eficaz seja sempre a intrínseca? Que condições temos de disponibilizar para que sintam, no final de tudo, que são mais felizes aqui do que seriam numa outra empresa?

No World Happiness Report 2023, promovido pelo Wellbeing Research Centre da Universidade de Oxford, no Reino Unido, Portugal ficou, pelo 2º ano consecutivo, em 56º lugar como um dos países mais felizes do mundo; os países nórdicos continuam nos lugares de destaque. Segundo dados do Happiness Works 2022, os colaboradores felizes faltam menos 56%, têm menos 43% de vontade de sair da organização e consideram-se 7% mais produtivos.

O impacto da felicidade nas organizações traz mesmo resultados, seja na qualidade do serviço, na satisfação dos clientes, redução de custos ou de absentismo. A felicidade, seja o bem-estar, motivação, satisfação e alegria, influencia inequivocamente a performance, criatividade, produtividade, qualidade e lealdade dos colaboradores para com a sua liderança e empresa. No entanto, um modelo não serve para todas as pessoas. A motivação é sempre diferente a nível individual e, isso, dá muito trabalho. Porque para estarmos motivados, temos de ser envolvidos, sentir que o nosso trabalho contribui para o sucesso empresarial. Não há outra forma de o fazer.

Outro facto é que, quando nos sentimos seguros, não temos problema em questionar processos. Respondemos melhor ao porquê de se fazerem as coisas. Temos a certeza de que não é pelo lucro, é acerca do propósito, causa ou crença, pela razão da existência da Organização. Porque a cultura empresarial é o que permite que o modelo de negócio atinja todo o seu potencial.

É, portanto, primordial que os colaboradores percebam o porquê das tarefas que executam ou que terão de executar, como podem fazê-lo, tendo obviamente o suporte necessário para depois realizarem o que têm de fazer. Dessa forma, é mais fácil obter um sentido de missão e a importância do que nos pedem para o todo.

Existem múltiplas formas de motivar as pessoas, e a primeira de todas é óbvia – através da forma positiva e encorajadora como comunicamos, mas há muitas outras, desde a progressão na carreira, com alteração de função; a partilha de informação; a importância dada à presença dos colaboradores no local de trabalho; a forma como nos relacionamos e nos interessamos pelos colaboradores; a flexibilidade na gestão do seu work-life balance; etc. Não existe outra forma de o fazer: as lideranças têm de estar próximas. Há muitas situações que só ganham importância e são tidas em conta se as presenciarmos. Porque as pessoas precisam de ser vistas, ouvidas, compreendidas, valorizadas e reconhecidas.

Naturalmente que, numa grande empresa, os líderes poderão não saber o nome de todos os seus colaboradores, mas, pelo menos, alguém da sua gestão deve saber. É importante saber escutar para compreender, e não apenas para responder. Parar e querer, de facto, ouvir e compreender, gerindo expectativas, trazendo sinceridade e transparência e agindo sobre o compromisso inicial. Para isso, podem lançar-se, por exemplo, breves questionários após as iniciativas promovidas, com perguntas relevantes para se conseguir ter um feedback imediato e a possibilidade de agir.

Igualmente importante é a criação de momentos frequentes e contínuos de partilha, e momentos lúdicos disruptores do dia a dia profissional. Trazer humor permitindo-lhes perceber que podem sentir-se felizes, potenciando relações de confiança.

Obviamente que o reconhecimento do trabalho também é primordial, mostrando-lhes o quão bom e importante é, se possível, através de remuneração ou benefícios. Estes últimos devem ser ajustados ao que as pessoas mais valorizam.

Promover uma cultura organizacional forte é sustentar ações de motivação e de felicidade, investindo nos relacionamentos e na celebração de resultados.

É premente e urgente a formação contínua da liderança. Afinal, um líder feliz será certamente um líder mais próximo, que reflete continuamente, inspira e promove todas as ferramentas mencionadas e, mais ainda, ajuda a desenvolver melhores pessoas e mais felizes.

  • Rita Correia
  • Responsável pelo gabinete de marketing e comunicação da RHmais

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