Deputados vão chamar Inspetor-Geral das Finanças ao Parlamento
Foi aprovado um requerimento do Chega para ouvir António Ferreira dos Santos sobre uma auditoria às subvenções públicas não reportadas que ultrapassam os mil milhões de euros.
Os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) aprovaram, esta quarta-feira, um requerimento do Chega para ouvir o Inspetor-Geral das Finanças, António Ferreira dos Santos, sobre uma auditoria às subvenções públicas não reportadas.
O requerimento do Chega foi aprovado com o voto favorável de todos os partidos, à exceção do Livre, que se absteve (o Bloco de Esquerda e o PCP não estavam presentes na sala).
Em causa está o valor de subvenções atribuídas por entidades públicas, mas não reportadas à Inspeção-Geral de Finanças (IGF), que, segundo os relatórios de auditoria dessa entidade, ultrapassaram os 1.000 milhões de euros, considerando os anos de 2021 e 2022.
O Chega considera que este “relatório plasma inequivocamente a falta de controlo e sobretudo de supervisão que existe em Portugal por quem tutela estas entidades”.
Em 2021, o valor das subvenções e benefícios concedidos por entidades públicas e comunicados à IGF, como determina a legislação em vigor, foi de 7.471 milhões de euros.
Porém, refere o relatório da IGF, a auditoria de controlo revelou que 145 concedentes (entre 90 autarquias locais, 45 entidades da região autónoma dos Açores e 10 da administração central) falharam o prazo para o reporte das subvenções no valor de 628,1 milhões de euros, “contrariando a lei”.
“A maioria das entidades alegou limitação de recursos ou lapsos/esquecimentos e, no caso dos Açores, foi referida a inexistência de protocolo entre os Governos da República e Regional”, refere a auditoria da IGF.
Dados divulgados recentemente pela IGF indicam que, em 2023, foram atribuídos 8.003 milhões de euros de subvenções públicas, não havendo ainda informação sobre a conformidade com os requisitos legais.
Estava prevista a votação de um outro requerimento do Chega para audição, com caráter de urgência, da secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, sobre a cobrança de impostos às barragens, mas foi adiada.
O mesmo aconteceu com a votação do requerimento apresentado pelo BE para audição, com caráter de urgência, da diretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Secretária de Estado dos Assuntos Fiscais sobre a cobrança de impostos, associada às barragens.
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