Terceira Travessia do Tejo e Alta Velocidade avançam. Lisboa ficará a três horas de Madrid
Conselho de Ministros aprovou resolução para avançar com a linha de Alta Velocidade entre as duas capitais ibéricas. Conclusão prevista para 2034.
O Conselho de Ministros aprovou esta terça-feira uma resolução que lança o projeto da Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid, onde se inclui a Terceira Travessia do Tejo, que deverá ser rodoferroviária. Nova linha permitirá a ligação ao futuro aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete e viajar entre as duas capitais ibéricas em apenas três horas. Obra só deverá estar concluída em 2034 e tem um custo estimado de 3,9 mil milhões de euros.
Além da localização do novo aeroporto de Lisboa – o Campo de Tiro de Alcochete – e de novas obras no Humberto Delgado, o Governo aprovou a realização dos estudos para avançar com a Terceira Travessia do Tejo (TTT), entre Chelas e o Barreiro, peça central da ligação em alta velocidade até Madrid. Foi aprovada uma autorização de despesa de quatro milhões de euros.
A TTT tem atualmente um custo estimado de 2,2 mil milhões de euros e será construída e explorada em modelo de Parceria Público-Privada (PPP). A atual concessão da Lusaponte (detida em 41% pela Vinci, dona da ANA), para a 25 de Abril e a Vasco da Gama, termina em março de 2030 e o Governo pretende a definição de um novo modelo de concessão e gestão para as três pontes, que inclua também a construção da nova, conforme prevê a resolução do Conselho de Ministros.
O Executivo deixa em aberto se será uma ponte apenas ferroviária (custo estimado de 1,7 mil milhões) ou também rodoviária (2,2 mil milhões), embora se incline mais para esta segunda opção, a preferida dos autarcas da margem sul. Os estudos ajudarão a definir o modelo.
A TTT será também determinante para o acesso em comboio rápido ao futuro aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete. O Governo aponta também o “aumento da competitividade dos serviços ferroviários entre Lisboa e a região sul, Alentejo e Algarve, com redução de cerca de 30 minutos face aos percursos atuais, por exemplo na ligação entre a capital e Setúbal. Já o tempo até ao Barreiro será encurtado em 10 minutos.
“Redução da pressão habitacional sobre o concelho de Lisboa” e “dinamização económica do ‘Arco Ribeirinho Sul’ são outras vantagens apontadas.
A futura linha de alta velocidade até Madrid já tem um troço em construção, entre Évora e Elvas, lançado pelo anterior Governo, e que deverá entrar ao serviço no próximo ano. Terão ainda de ser lançados os troços entre Lisboa e Poceirão e entre Poceirão e Évora. O custo total estimado é de 1,7 mil milhões de euros, a que se poderão juntar cerca de 300 milhões caso seja decidido o alargamento da linha e construção de uma nova estação em Évora. Tudo somado, o investimento andará entre os 3,9 e os 4,1 mil milhões. O Estado poderá concorrer ainda a fundos europeus, nomeadamente do Mecanismo Interligar a Europa.
A resolução do Conselho de Ministros prevê que “a calendarização dos investimentos seja devidamente compatibilizada com Espanha, de forma a garantir uma execução coordenada e atempada do projeto”. O que, neste momento, atira a conclusão da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid para 2034.
Esta linha vai assim avançar em conjunto com a ligação entre Porto e Lisboa, que tem um primeiro concurso já lançado, e entre Porto e Vigo.
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