Portela vai ser reforçada, mas aeroporto é para fechar
Plano do Executivo prevê aumento da capacidade do Humberto Delgado até aos 45 milhões de passageiros, através de investimentos na pista, nos terminais e no sistema de tráfego aéreo.
Com um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete a dez ou quinze anos de “distância”, o Governo pretende avançar com um reforço da capacidade do Humberto Delgado, para responder à saturação da infraestrutura. Investimentos permitirão aumentar o número de passageiros por ano de 33,6 milhões para entre 40 a 45 milhões. Aeroporto deverá ser desativado quando Alcochete for alternativa.
A expansão do aeroporto Humberto Delgado é uma das três resoluções aprovadas pelo Conselho de Ministros esta terça-feira, a par da escolha do Campo de Tiro de Alcochete para a construção de uma nova infraestrutura e do lançamento da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid.
O Governo entende que face à situação de “congestionamento operacional” do aeroporto Humberto Delgado, a ANA, a concessionária, “deve maximizar a capacidade operacional” até à abertura da nova infraestrutura.
O Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, avançou após a reunião do Conselho de Ministros que a ANA propôs-se a avançar em outubro com as obras já aprovadas no âmbito da resolução aprovada pelo anterior Executivo em outubro. “Obras são para cumprir obrigação contratual. A A ANA tem que se obrigar ao contrato que assinou“, disse. “Trabalharemos de fora cinérgica entre concedente e concessionária. Iremos garantir que os portugueses não perderão no final do dia”, acrescentou.
O objetivo passa por elevar os movimentos por hora na Portela dos atuais 38 para 45 e acrescentar mais dois a partir do Aeródromo Municipal de Cascais, o que permitiria elevar o número de passageiros transportados de 33,6 milhões para entre 40 e 45 milhões por ano. Não é avançado um prazo ou custo para as obras, que vão integrar a negociação com a ANA, no âmbito do novo aeroporto.
O Executivo defende que, face ao impacto ambiental do Humberto Delgado, este deve ser desativado quando o novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete estiver em operação. Está, por isso, previsto avaliar com a concessionária “um modelo de transferência do tráfego do AHD, após entrada em operação do Novo Aeroporto de Lisboa”. O phasing out poderá demorar um ano ou mais.
O plano inclui os investimentos já previstos no âmbito da resolução aprovada pelo anterior Executivo em dezembro, para a realização de obras no aeroporto Humberto Delgado pela ANA. São elas a ampliação do Terminal 1, com a instalação de mais mangas, a melhoria operacional do sistema de pista e a implementação de um novo sistema de navegação aérea pela NAV – Navegação Aérea de Portugal. Intervenções que exigem a desafetação do aeródromo de Figo Maduro do uso militar e a transferência de grande parte dos jatos privados para o Aeródromo Municipal de Cascais e outros.
No entender do atual Governo, e após contactos com a NAV, estas intervenções já permitirão elevar para 42 o número de movimentos. Para chegar aos 45 são necessários mais investimentos na pista, nomeadamente nas taxiways e na placa de estacionamento, bem como “investimentos nos terminais existentes e novos terminais, acessibilidades, e outros que melhorem a qualidade do serviço no AHD.
Com este objetivo, a resolução do Conselho de Ministros aprova o desenvolvimento pela NAV de um plano de expansão do espaço aéreo de Lisboa, recorrendo à implementação dos sistemas point merge e Topsky. Determina ainda o estudo de alternativas para maximizar a utilização do espaço de Figo Maduro, através do IMT e da ANAC, em colaboração com o Ministério da Defesa Nacional.
Ainda neste âmbito será criado um grupo de acompanhamento para o processo de expansão da capacidade do Humberto Delgado, liderado por um membro do gabinete da área das infraestruturas e composto por representantes das várias entidades envolvidas.
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