Zelensky visita hoje Portugal. Acordo para dez anos prevê “assistência humanitária, financeira, militar e política”
Durante a visita, Portugal vai reiterar "compromisso para com a soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como com a manutenção do apoio político, militar, financeiro e humanitário a Kiev".
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realiza esta terça-feira à tarde uma visita a Portugal, em que será recebido pelo chefe de Estado e pelo primeiro-ministro, e assinará de um acordo de cooperação bilateral para dez anos.
Segundo uma nota divulgada na segunda-feira pela Presidência da República Portuguesa e pelo gabinete do primeiro-ministro, trata-se de uma “visita de trabalho” com o objetivo de “aprofundar as excelentes relações entre os dois estados, com enfoque particular no reforço da cooperação no domínio da segurança e defesa”.
Volodymyr Zelensky, que chega a Portugal depois de uma visita a Espanha e à Bélgica, terá primeiro um encontro na residência oficial do primeiro-ministro, Luís Montenegro, onde será assinado um acordo bilateral, e depois será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.
De acordo com a mesma nota divulgada pelo Palácio de Belém e por São Bento, esta visita de Zelensky “será ainda oportunidade para reiterar o compromisso de Portugal para com a soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como com a manutenção do apoio político, militar, financeiro e humanitário a Kiev”.
Em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que o acordo bilateral a assinar durante esta visita de Zelensky abrange todas as áreas de cooperação entre os dois países nos últimos dois anos: “assistência humanitária, financeira, militar e política”.
“Recolhe todas as dimensões em que trabalhámos, mas de uma forma sistematizada, e com um horizonte de dez anos”, acrescentou Paulo Rangel.
Este acordo bilateral começou a ser planeado depois da última cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em julho do ano passado, em Vilnius (Lituânia), ainda com o anterior Governo, e agrega toda a intervenção portuguesa junto das autoridades ucranianas desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
Em 14 de maio, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, confirmou que estava a ser preparada uma visita do Presidente da Ucrânia a Portugal, sem indicar para quando nem com que programa. “A visita está a ser preparada com a reserva que é suposto ter e já se verá, a muito curto trecho, como tudo acontecerá”, declarou então Nuno Melo aos jornalistas, à margem de uma visita à sede da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa.
Mais tarde, no mesmo dia, a agência de notícias Efe noticiou, com base na Casa Real espanhola, que Volodymyr Zelensky tinha cancelado uma deslocação a Espanha prevista para 17 de maio, que incluiria também Portugal.
Em agosto do ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa realizou uma visita de dois dias à Ucrânia, a convite do Presidente Volodymyr Zelensky, por ocasião do 32.º aniversário da independência deste país.
Nessa visita, o chefe de Estado português passou por Kiev, Bucha, Moshchun, Irpin e Horenka, em sinal de apoio aos ucranianos na guerra em defesa contra a invasão pela Federação Russa iniciada em fevereiro de 2022.
Bélgica vai enviar 30 caças F-16 até 2028 para a Ucrânia
A Bélgica vai disponibilizar à Ucrânia 30 caças F-16 até 2028, anunciou esta terça-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, depois da assinatura de um acordo bilateral de segurança com o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.
“Hoje em Bruxelas, o primeiro-ministro, De Croo, e eu assinámos um acordo bilateral de segurança e apoio a longo prazo entre a Ucrânia e a Bélgica. O documento inclui pelo menos 977 milhões de euros em apoio militar da Bélgica este ano, assim como o compromisso da Bélgica de auxiliar o nosso país ao longo dos 10 anos do acordo”, escreveu Volodymyr Zelensky na rede social X (antigo Twitter), após ter sido recebido pelo chefe de governo.
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O Presidente da Ucrânia também anunciou uma decisão inédita para a Bélgica: “Pela primeira vez, um acordo deste tipo especifica o número exato de caças F-16 — 30 — que vão ser enviados para a Ucrânia até 2028, e o primeiro chegará ainda este ano.”
UE pede equilíbrio aos ucranianos para evitar escalada da guerra
Também esta terça-feira, o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros pediu um equilíbrio entre a necessidade da Ucrânia de atacar alvos em território russo com equipamentos doados pelo Ocidente e o risco de provocar uma escalada no conflito.
“De acordo com a lei da guerra, é perfeitamente possível, não há contradição alguma em retaliar, poder contra-atacar quem me ataca a partir do seu território”, disse Josep Borrell à imprensa ao chegar a um Conselho de Ministros da Defesa da União Europeia (UE), em Bruxelas.
Borrell declarou que nessa reunião será discutida a possibilidade de permitir que a Ucrânia use armas europeias para atacar dentro da Rússia.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h15)
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