O caminho para a sustentabilidade e as boas práticas de RH

  • Inês Santos Bernardes e Rafaela Spier Becker
  • 6 Junho 2024

Existe um grande gap nas PME no que diz respeito à gestão de pessoas, à felicidade no trabalho e ao impacto que tudo isto tem no crescimento sustentável das empresas.

A era de “ficar num trabalho para a vida” está extinta e o conceito de que o trabalho apenas serve como fonte de rendimento também já não existe para as novas gerações.

A maior parte das pequenas e médias empresas (PME) em Portugal continua a fechar os olhos a estas novas necessidades do mundo laboral, transpondo sempre essa responsabilidade para as grandes empresas com o argumento de que não existem recursos financeiros para o bem-estar que se procura.

Todos os dias, basta abrirmos o jornal, as redes sociais ou mesmo falar com familiares e amigos, para percebermos que existe um grande gap nas PME no que diz respeito à gestão de pessoas, à felicidade no trabalho e ao impacto que tudo isto tem no crescimento sustentável das empresas.

A falta de talentos ou a dificuldade em retê-los tem sido um tema recorrente para a maioria das empresas. Também se aponta o dedo às novas gerações, que entraram recentemente no mundo laboral, acusando-as de não serem responsáveis e comprometidas com as empresas para as quais trabalham.

No entanto, sem desmerecer esse facto, quando paramos para analisar as práticas em vigor na maior parte das PME portuguesas, percebemos que não houve qualquer adaptação ao que estes novos colaboradores procuram. Esta situação é similar à adaptação que as empresas precisam de fazer face às novas necessidades dos consumidores; empresas que não se reinventam acabam por deixar de vender, de crescer e, consequentemente, de existir. A diferença que existe entre o consumidor e o colaborador é que ainda há muito a cultura de que o colaborador é que precisa da empresa e não o oposto, tendo-se vindo a confirmar nos últimos anos que é uma relação interdependente.

Neste sentido, é importante que as PME portuguesas se adaptem ao que o colaborador necessita e procura. Existe uma ideia preconcebida de que isto só é possível em grandes empresas, no entanto, há sempre adaptações possíveis de fazer e a prova disso é que existe uma minoria de PME que efetivamente consegue destacar-se enquanto excelentes locais para trabalhar.

É um facto que o custo de ter recursos internos dedicados ao desenvolvimento organizacional acaba por ser um entrave na implementação destes processos, contudo, existem soluções no mercado, que estão focadas neste desenvolvimento e que vêm descomplicar os processos inerentes a estas implementações.

Mas afinal, que boas práticas de RH são estas?

Em primeiro lugar, temos de fazer o disclaimer de que as boas práticas apenas conseguem ser implementadas em culturas organizacionais que estejam abertas a desenvolver processos éticos e transparentes. Quando falamos em boas práticas de RH falamos em:

  • Investir em Recrutamento e Seleção: Selecionar os candidatos certos desde o início pode economizar tempo e recursos no longo prazo.
  • Desenvolver programas de formação: desenvolver competências nos colaboradores, tanto técnicas como soft skills.
  • Promover uma Comunicação Transparente: Manter canais abertos de comunicação entre a liderança e os colaboradores.
  • Priorizar o Bem-Estar: Incentivar um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. ➢ Avaliar regularmente o Clima Organizacional: Realizar pesquisas de clima para identificar áreas de melhoria e implementar as mudanças necessárias.

Segundo o Pordata, portal de estatísticas, as PME representam 99,9% do tecido empresarial português. Ou seja, não podemos continuar a negligenciar a necessidade urgente de trazer o conhecimento das boas práticas de RH para dentro destas empresas e tornar o nosso país um melhor lugar para trabalhar.

  • Inês Santos Bernardes
  • Co-fundadora da REMA.rh
  • Rafaela Spier Becker
  • Co-fundadora da REMA.rh

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