BRANDS' ECOSEGUROS Evolução tecnológica nas seguradoras e arquitetura de sistemas

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  • 4 Junho 2024

António Cruz, Business Lead da Cleva, partilhou a sua opinião sobre a necessidade de modernização do setor segurador, mas também sobre os desafios associados ao sistema legacy.

Num mundo em constante evolução tecnológica, as seguradoras enfrentam o desafio de se manterem atualizadas para atenderem às necessidades cada vez mais específicas dos clientes e permanecerem competitivas. Essa atualização assenta em vários pilares, sendo um dos principais a arquitetura de sistemas informáticos, que tanto pode facilitar ou dificultar a transformação tecnológica. Neste artigo exploramos como a modernização desta arquitetura pode espoletar oportunidades para a inovação e eficiência dentro das seguradoras, identificando alguns desafios associados a sistemas legacy.

A arquitetura de sistemas informáticos contempla um conjunto de estruturas e componentes informáticas numa organização que não apenas determinam como os sistemas funcionam, mas também influenciam a capacidade de adaptação às mudanças tecnológicas e de negócios. Nas seguradoras, essa arquitetura representa um papel crucial, tanto na prestação de serviços como na gestão de riscos, sendo um fator crítico para o sucesso.

Os sistemas legacy estão geralmente associados a tecnologias antigas, obsoletas e mais difíceis de manter. Estes sistemas representam alguns desafios para as seguradoras no contexto da transformação tecnológica. Porém, cada desafio pode também representar uma oportunidade de melhoria e evolução, nomeadamente nos seguintes aspetos:

  • Falta de agilidade – Os sistemas legacy são mais inflexíveis e geralmente não estão preparados para lidar com mudanças rápidas associadas a necessidades de negócio. A adoção de arquiteturas informáticas mais modernas, como por exemplo microservices e armazenamento/computação na cloud, pode agilizar essa adaptação. Adicionalmente, os sistemas baseados em soluções mais recentes garantem uma maior autonomia na configuração de produtos e regras de negócio, reduzindo desta forma o time to market.
  • Complexidade de integração – A integração de novas tecnologias com sistemas legacy pode ser mais demorada e complexa, atrasando a inovação tecnológica, por exemplo, associada ao contexto da crescente demanda por soluções com integração através de APIs e web services, que geralmente têm funcionalidades orientadas para sistemas e tecnologias tendencialmente atuais. Estas soluções reduzem a dependência de integrações ponto a ponto e facilitam a interoperabilidade entre sistemas.
  • Custos de manutenção – A manutenção de sistemas legacy pode tornar-se dispendiosa, consumindo tempo e recursos que poderiam ser direcionados para a inovação. Esta modernização pode também estar associada à necessidade de evolução dos sistemas das empresas prestadoras de tecnologia, em particular do sistema Core. Neste âmbito, as empresas prestadoras de tecnologia podem prestar um apoio importante, garantindo a integridade dos dados em caso de evolução dos sistemas e a funcionalidade das soluções.
António Cruz, Business Lead da Cleva.
  • Riscos de segurança – Os sistemas legacy podem ter uma maior vulnerabilidade de segurança, em particular num contexto de inexistência de atualizações regulares. Os sistemas informáticos mais atuais possuem soluções de autenticação e segurança mais robustas, que permitem reduzir o risco e a exposição a um ataque cibernético.
  • Atraso na adaptação à GenAI – A inteligência artificial generativa é já uma presença ubíqua com um potencial muito significativo para influenciar o nosso dia-a-dia. Associada ao negócio dos seguros, a GenAI pode criar grandes desafios para a eficiência e competitividade das seguradoras, através, por exemplo, da fraude e manipulação, incluindo a falsificação de documentos e criação de eventos fictícios. Porém, pode também ajudar as seguradoras em diferentes contextos, como numa maior agilidade na subscrição e eficiência no pricing, melhor serviço ao cliente, simplificação no acesso à informação e aos processos de negócio em tempo real, deteção avançada de fraude, políticas e privacidade e segurança de dados, assim como na governança e compliance.

De forma a promover a evolução tecnológica e a modernização da arquitetura de sistemas nas seguradoras, existem várias estratégias que podem ser adotadas, entre as quais salientamos:

  • Avaliação das necessidades, com identificação das principais lacunas e desafios nos sistemas existentes e definição dos requisitos para uma arquitetura informática moderna.
  • Abordagem incremental, através de uma mudança gradual, iniciando em áreas e sistemas de menor risco operacional.
  • Padrões e práticas atuais, tanto no contexto da arquitetura como no desenvolvimento de software, como por exemplo DevOps e Continuous Integration/Continuous Deployment, de forma a aumentar a eficiência e qualidade, assim como a integridade dos dados e o correto versionamento.
  • Parceria estratégica com o fornecedor de tecnologia, de forma a garantir o melhor suporte e os meios para garantir uma evolução tecnológica positiva e com benefícios tangíveis.

A arquitetura de sistemas informáticos desempenha um papel estrutural na capacidade de as seguradoras se adaptarem à necessidade de inovação tecnológica, num mercado em constante mudança e suscetível a eventos de grande escala com impactos imediatos. A modernização dessa arquitetura apresenta desafios significativos, em particular num contexto de existência de sistemas legacy, mas também oferece oportunidades às seguradoras para melhorias na agilidade, eficiência, segurança e no serviço ao cliente, de forma a garantir a competitividade no imediato e a sustentabilidade a longo prazo.

António Cruz, Business Lead da Cleva

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