Foi aprovada a “proposta mais justa” para reduzir o IRS, defende Pedro Nuno Santos

Proposta socialista de redução de IRS foi aprovada com abstenção do Chega. PS denúncia falta de diálogo e PSD acusa Ventura de ser "cúmplice" do PS.

O secretário-geral do PS congratula-se pela aprovação da proposta socialista para a redução do IRS, que diz ser “mais justa do que aquela apresentada pelo Governo” da Aliança Democrática. A proposta do PS foi aprovada com os votos da esquerda e viabilizada pela abstenção do Chega.

“Não houve entendimento porque o Governo ainda não percebeu e não quer admitir que tem um número de deputados igual ao PS”, atirou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões.

Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, acusou o PS e o Chega de estarem “contra a classe média”, reiterando que o PS tem um “cúmplice para bloquear a governação e tem um cúmplice em Portugal contra a classe média”. “O Partido Socialista e Chega desistiram da classe média e estão contra a baixa de impostos sob a classe média”, atirou.

Já André Ventura demarcou-se das acusações de Paulo Núncio de ser uma “bengala” do PS ao afirmar que “não foi o Chega que votou a favor da proposta do PS, foi a IL e a extrema-esquerda”. “O Chega tinha outra proposta” para a redução do IRS, nota em declarações aos jornalistas, que foi chumbada.

Alexandra Leitão também tentou recusar a ideia de cumplicidade, reiterando que “é factualmente errado que tenha sido viabilizado pelo Chega”, já que “os unicos partidos que nao acompanharam proposta foi a AD e o Chega”. No entanto, é de notar que se o Chega tivesse votado contra, em conjunto com o PSD e o CDS, a proposta não passava.

A Iniciativa Liberal justificou o voto a favor tanto da proposta do PS como do PSD apontando que “qualquer proposta de descida de IRS, mesmo que não tenha a ambição que a IL temos, votamos sempre a favor”. “Consideramos sempre que é mais benéfico um pouco menos de imposto”, argumentou Rui Rocha.

O líder da IL defendeu ainda que “estamos há meses a discutir uma baixa de IRS, fazendo disso um caso político com uma tensão artificial”. “Entre as propostas do PS e AD, as diferenças para a generalidade são de 2 ou 3 euros por mês”, critica Rui Rocha.

À esquerda, Joana Mortágua criticou o Governo por “reservar o choque fiscal para o desconto fiscal para as grandes empresas e para a banca e apenas uma pequenina parte sobre quem trabalha, nomeadamente no IRS”.

Do lado da CDU, João Oliveira criticou o Chega por “mudar de posição em função das circunstâncias”, ainda que aponte o dedo ao Governo por arranjar “desculpas” pelo facto de não conseguir negociar as medidas no Parlamento.

Já o Livre, pela voz do deputado Jorge Pinto, disse que apoiou as propostas que, “não sendo as ideais, traziam maior progressividade”, sendo que “essas não eram as do PSD”. “O Livre acredita na progressividade fiscal e que esta deve vir do IRS e a proposta do PSD era frágil nesse sentido”, reiterou o deputado.

(Notícia atualizada às 13h05)

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