Fundo quer vender insurtech Wefox a Ardonagh, mas outros investidores contestam
Fundo Mubadala avaliou a 4,2 mil milhões de euros a startup que a Ardonagh quer comprar por 550 milhões. Outros acionistas acreditam que a insurtech é mais valiosa que a avaliação atribuída.
O fundo de soberano do Emirado de Abu Dhabi chamado Mabadala propôs a outros acionistas vender alguns dos principais ativos da insurtech Wefox ao grupo de corretagem Ardonagh, que os avalia em 550 milhões de euros. Segundo avançou o Financial Times (acesso pago) alguns investidores opõem-se à venda e estão a preparar um acordo de financiamento de emergência, pois acreditam que a empresa pode gerar mais lucros e é mais valiosa que a avaliação do grupo de corretagem.
A proposta de Ardonagh pressupõe a aquisição de ativos não tecnológicos da startup por 350 milhões de euros e 200 milhões de euros em pagamentos condicionados ao cumprimento de metas predeterminadas. Segundo o jornal britânico, esta aquisição é apoiada pela autoridade de investimentos de Abu Dhabi.
A Mubadala tem mais a ganhar que outros acionistas devido a uma cláusula especial incluída no seu contrato de investimento onde acordou receber o dobro do seu investimento inicial em qualquer venda, isto antes dos restantes acionistas serem elegíveis para as receitas.
Por isso, acionistas iniciais correm o risco de não ver o retorno do investimento se a venda for efetuada nos termos propostos pelo fundo de investimento de Abu Dhabi.
Charysalis chegou-se à frente e em maio declarou que “foi posto em prática um plano de simplificação do modelo de negócio da Wefox para conduzir a empresa à rentabilidade” e que já tinha contribuído com 3 dos 20 milhões de euros de novos fundos angariados nas últimas semanas, cita o Financial Times.
A Wefox estava entre as startups europeias mais valorizadas na última década, tendo recebido há dois anos uma ronda de investimento liderada por Mubadala, que avaliava a companhia em 4,5 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros). Desde aí que tem vindo a enfrentar dificuldades financeiras e a situação agudizou-se quando o seu fundador, Julian Teicke, abandonou o cargo de diretor-executivo. Só no ano passado perdeu mais de 100 milhões de euros e tem agora até 70 milhões de euros de novas necessidades de capital até ao final deste ano.
Nota que em 2023 a insutech registou 739 milhões de euros em receitas, em lucros EBITDA registou uma perda de 72 milhões de euros. No primeiro quadrimestre deste ano as receitas aumentaram 33% face ao mesmo período no ano passado, enquanto a perda de lucros melhorou para 17 milhões de euros, segundo o Bloomberg.
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