A motivação é crucial para o talento

  • Carolina Rodrigues
  • 26 Junho 2024

É crucial que o talento júnior se pergunte - “O que é eu preciso de aprender a seguir? O que é que eu tenho de melhorar?” - para ter uma vantagem competitiva.

A volatilidade é o quotidiano do mercado tecnológico. Quer seja pela incessante evolução digital que leva à constante aprendizagem, quer seja pela oferta de projetos e empresas à procura dos especialistas de tecnologia, este é um mundo que prima pela mudança e adaptabilidade.

Para os recém-formados ou profissionais requalificados que querem entrar no mercado de trabalho, toda esta volatilidade pode ser desafiante. No entanto, há estratégias que podem ser aplicadas. Desta forma, o que é que o talento júnior precisa para se destacar neste ecossistema? Além dos conhecimentos técnicos, a resposta assenta nas competências interpessoais, ou soft skills.

Mais de metade dos empregadores (56%) considera que a comunicação escrita e verbal, seguida pelo espírito de equipa e a resolução de problemas são as soft skills mais valorizadas, de acordo com o Talent Shortage da ManPowerGroup.

Numa área como a tecnologia, em que a aprendizagem é um dado adquirido e a inovação é palavra do dia, não é realista pensar que a tecnologia que se aprende hoje é usada o resto da vida. Significa isto que esta indústria chama pelos curiosos. É crucial que o talento júnior se pergunte – “O que é eu preciso de aprender a seguir? O que é que eu tenho de melhorar?” – para ter uma vantagem competitiva.

O contacto com o mercado e as tendências de um ponto de vista técnico, permite-nos antever o próximo passo antes de toda a gente estar a falar sobre isso – temos o exemplo do ChatGPT, que só recentemente chegou à mão dos utilizadores, mas, os mais atentos, já conheciam esta inovação e previam o seu impacto.

A curiosidade não beneficia apenas os que querem entrar no setor – é fácil para quem já trabalha na área esta procura pela atualização, de maneira a não ser ultrapassado na corrida digital e não se sentir “preso” ao que aprendeu inicialmente. Por isso, a resiliência destes especialistas passa por, quando iniciam o seu percurso, e passe a redundância, aprenderem a aprender.

Esta predisposição é o que diferencia os futuros líderes dos que se deixam ficar para trás. O mercado não procura apenas conhecimentos técnicos, mas sim pessoas que se atualizam e se desenvolvem a nível profissional, ao invés de estagnarem nas suas funções.

Podemos perceber então que uma das maiores soft skills procuradas no jovem talento é a motivação, que acaba por ser o motor crucial neste mercado: motivação para aprender, motivação para trabalhar e motivação para querer, realmente, fazer parte de algo.

É importante o sentido de compromisso para com os projetos e as empresas a que um profissional júnior se propõe, ou por outras palavras, abraçar o desafio e “vestir a camisola”. Por outro lado, a motivação e resiliência e a constante atualização de competências é essencial para quem quer vingar nesta área. É preciso motivação, especialmente a aprender – que é algo que nunca vão parar de fazer. Isto, juntamente com a adaptabilidade a diferentes contextos e realidades, é a receita para uma carreira de sucesso.

As competências transversais no mundo tech serão sempre essenciais neste setor. A cultura das empresas e o espírito de equipa têm ganho cada vez mais destaque, à medida que as organizações investem em locais de trabalho diversificados e inclusivos. O talento júnior não precisa, no entanto, de pensar apenas no que tem de ter para entrar no mercado, mas também o que traz para o mercado. Novos talentos trazem novas perspetivas, quer seja pela diversidade em género e idades, quer pela diferença de percursos (tradicionais, conversão de carreira ou especialização).

Estes fatores de diferenciação trazem metodologias e pontos de vista, conhecimentos e motivações diferentes que dão às empresas uma vantagem e as colocam na linha da frente. Esta multiplicidade e diversidade no talento traduz, no fundo, o ADN da tecnologia: disruptivo, vanguardista e inovador.

  • Carolina Rodrigues
  • Career advisor da Ironhack

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