Cavaco Silva defende eleições antecipadas para desbloquear impasse político
Ex-Presidente da República considera inviável para o atual Governo, de apoio minoritário e com dificuldades em entender-se com a oposição, implementar políticas que visem o crescimento económico.
Num artigo de opinião publicado no Expresso, Cavaco Silva identifica as políticas necessárias para a melhoria do bem-estar das famílias portuguesas na próxima década, cruzando-as com cinco cenários políticos que vê como mais prováveis no futuro. Para o ex-Presidente da República, a probabilidade de sucesso é “muito alta” apenas se houver um governo com “apoio maioritário” no Parlamento, na sequência de “eleições legislativas, antecipadas ou não”.
Embora seja apoiante de Luís Montenegro, Cavaco Silva considera que a atual situação política — um Governo com apoio minoritário e com “dificuldade de entendimento” com a oposição — torna inviável a aplicação de políticas públicas orientadas para o crescimento económico.
“Sem a predominância de um governo que atribua prioridade ao crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa e goze de apoio maioritário na Assembleia da República ou que, sendo minoritário, beneficie de um compromisso de regime entre os partidos que o apoiem e partidos da oposição, o bem-estar das famílias portuguesas, nas suas diferentes dimensões, continuará, no fim da próxima década, muito afastado dos países mais ricos da União Europeia“, escreveu o antigo Chefe de Estado. Aponta que a questão que “vale um milhão de dólares” é “qual a probabilidade, muito alta, alta, média, baixa ou muito baixa, de serem adotadas as políticas públicas certas”.
Depois de apresentar a sua visão do que devem ser as políticas económicas nos próximos dez anos, Cavaco questiona também “quais os poderes executivo e legislativo do nosso sistema político que estarão em funções nos anos da próxima década detentores das competências para decidir e executar as diferentes políticas”. Entre as várias hipóteses apontadas, vê como principal aquela em que o governo em funções, “independentemente da sua orientação partidária”, considere “determinante” para o bem-estar das famílias portuguesas “o crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa”.
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