Sebastião Bugalho evoca Cavaco, Durão e Moedas para justificar a sua candidatura aos 28 anos

Na apresentação das listas da AD às europeias, em Aveiro, o ex-comentador da Sic Notícias e cabeça de lista disse que é “em nome desse sonho e legado europeu” que a AD se apresenta a votos.

O candidato da AD às europeias, Sebastião Bugalho, começou por explicar as razões da sua candidatura. “É a essa pergunta que posso dar a resposta mais direta e verdadeira. Eu estou aqui porque acredito na Europa que a democracia portuguesa ajudou a construir desde 1986. E na Democracia que não seria a mesma sem essa pertença europeia.”

Na apresentação das listas da AD às europeias, em Aveiro, o ex-comentador da Sic Notícias e cabeça de lista disse que é “em nome desse sonho e legado europeu” que a AD se apresenta a votos. E apela: “O que vos peço, aqui, hoje, é que lutem comigo. Lutem comigo por esse sonho. Acreditem comigo nesse sonho ‒ que tem de ser mais do que esperança, do que uma ambição, tem de ser uma realidade. O nosso país tem quase 900 anos de história, nós sabemos o que é preciso fazer para sonhar e para cumprir. Podemos olhar para trás, para nos inspirarmos e sabemos olhar para a frente, para sabermos aquilo que queremos.”

O candidato de 28 anos começou por, em jeito de justificação, enumerar protagonistas do que chamou de sonho europeu. Primeiro falando de Cavaco Silva, “um jovem algarvio de Boliqueime, que conseguiu uma bolsa para estudar em Inglaterra e regressou ao seu país, para mais tarde ser primeiro-ministro e Presidente da República.”

“Tenho ouvido as críticas, até já respondi a algumas com humildade e boa disposição. Parece que dizem que sou muito novo. E é verdade e, como diz o senhor primeiro-ministro, é um problema que passa com o tempo. Mas o primeiro-ministro francês neste momento tem 34 anos, eu sou só candidato Parlamento Europeu”, afirma.

De seguida, foi a vez de Durão Barroso, “um jovem de Almada, que ouviu a Revolução na rádio e correu para o cacilheiro, para ver a Liberdade a acontecer ‒ e mais tarde ser primeiro-ministro e Presidente da Comissão Europeia”. Não deixando de fora o atual presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas: “um jovem alentejano de Beja, que foi para Paris estudar graças ao programa Erasmus, se tornou engenheiro e voltou ao seu país ‒ para mais tarde ser comissário europeu e presidente de Câmara.”

Antes disso, Bugalho tinha agradecido a Manuela Ferreira Leite, lembrando que foi a “última líder do PSD a vencer eleições europeias”, esperando que isso seja um sinal para repetir a vitória.

Recorde-se que nas últimas eleições europeias, o PSD conseguiu eleger seis eurodeputados e o CDS-PP, um. Portugal tem a capacidade de eleger 21 eurodeputados, de um total de 720.

Quem é Sebastião Bugalho?

Sebastião Bugalho regressa à vida política, como independente, mas agora com o apoio de mais um partido. Em 2019, Assunção Cristas, líder do CDS-PP na altura, escolheu o jovem para integrar as listas do partido para as eleições legislativas. Não foi eleito, mas depois de Ana Rita Bessa ter renunciado ao mandato, alegando descontentamento com a direção de Francisco Rodrigues dos Santos, o comentador político foi convidado a ocupar o lugar, mas não aceitou o convite.

Formado em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, Sebastião Bugalho, de 28 anos (faz 29 em novembro), é filho dos jornalistas João Bugalho e Patrícia Reis, editora da revista Egoísta. Deu os primeiros passos no jornalismo aos 19 anos, mas foi a fazer comentário político que ganhou maior protagonismo. Fê-lo na TVI24, tendo passado mais tarde para a CNN Portugal. Desde o ano passado, que se tornou num dos analistas políticos da SIC Notícias e, simultaneamente, no Expresso, ambos do grupo Impresa.

“Não é a política, não é, não é”, garantia em meados de abril ao ECO Magazine Sebastião Bugalho, quando em entrevista era perguntado ao agora cabeça de lista da AD para as eleições europeias se a sua paixão era a política. “A minha vocação é a história, é a vida pública. Há uma coisa que as pessoas não perceberam e posso explicar: Eu tenho muitos amigos políticos, passo férias com políticos, almoço e janto com políticos, dou colo aos filhos dos políticos, pronto. Mas as pessoas olhavam para esta minha proximidade ao mundo da política e achavam que tinha a ver com três razões, mais ou menos: Ambições jornalísticas, ele quer fontes, ambições políticas, ele quer lugares, ambições de poder, ele quer poder”.

Sebastião BugalhoHugo Amaral/ECO

Sebastião Bugalho dizia ver-se como jornalista. “Eu sou jornalista, faço entrevistas, faço opinião, se me pedires para escrever uma reportagem, eu escreveria. E se me desses uma notícia para fazer, eu ia fazer a notícia. A minha profissão é o jornalismo…”, garantia o candidato pelo CDS às legislativas de 2019, em que não foi eleito. “Mas, quer dizer, na Inglaterra, os políticos foram todos jornalistas e os jornalistas foram todos políticos“, prosseguia o até ontem comentador da SIC, jornalista com a carteira profissional número 7134, e cabeça de lista pela AD às europeias.

Filho de jornalistas, Sebastião Bugalho iniciou-se no jornalismo no I e no Sol, foi comentador da TVI24 e depois na CNN Portugal, até que em agosto trocou o canal da Media Capital pela SIC e pelo Expresso.

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