BRANDS' ECO Mais Investimento, Mais Agricultura

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  • 5 Julho 2024

Idalino Leão, Presidente da CONFAGRI, partilha a sua visão sobre o impacto dos investimentos no setor agrícola.

Portugal é um país muito diferente, de região para região. E, em questões agrícolas, essas diferenças e necessidades são mais vincadas e visíveis aos olhos de todos os que se interessam pelo mundo rural.

Esta é a primeira razão pela qual é indispensável um Ministério da Agricultura que mantenha as suas estruturas territoriais, sempre na sua dependência. Só assim poderemos ter mais gestão ativa de todo o território, fazendo do setor agroalimentar o grande fomentador da coesão territorial.

Esta gestão ativa do território e do mundo rural tem de ter como ponto catalisador políticas púbicas que combatam os desequilíbrios entre regiões, que apoiem a produção e, acima de tudo, que garantam uma menor diferença para a nossa concorrência global.

Sem estes estímulos públicos, em que o aumento do investimento tem um papel fundamental, vamos abdicar de um futuro que assegure a renovação geracional, com mais jovens e inovação no setor, e de uma agricultura mais moderna, tecnológica e competitiva, que nos coloque de igual para igual com os nossos competidores, em especial os do país vizinho.

Idalino Leão, Presidente da CONFAGRI.

Também ao nível fiscal, do preço dos combustíveis e energia, exige-se uma maior atenção por parte de quem nos governa. Para sermos realmente competitivos, não é suficiente ter uma agricultura altamente produtiva e com excecionais profissionais, como existem em Portugal. É preciso medidas públicas que nos permitam ter custos nos fatores de produção e um regime fiscal pelo menos idêntico ao do nosso principal concorrente, que está já ali do outro lado da fronteira.

Por outro lado, o investimento não pode esquecer a organização da produção. Nesse particular aspeto, são imperativas e urgentes medidas concretas para a capacitação institucional das cooperativas. Estas organizações, que criam escala, ocupam todo o território nacional (mesmo em locais onde já não existe um organismo do Estado) e absorvem as produções, gerando uma oferta ao mercado mais competitiva, e são, na maior parte das vezes, o esteio da coesão territorial e o principal obstáculo à desertificação rural. Por isso, tem de ter uma atenção especial por parte do governo, conforme acontece nos países mais competitivos no setor agroalimentar da União Europeia.

A ONU reconhece a importância das cooperativas, declarando 2025 como o ano internacional das cooperativas. É importante que Portugal perceba esta mensagem e assuma também a relevância e importância das cooperativas agrícolas no território.

Idalino Leão, Presidente da CONFAGRI

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