Rocha demarca-se do Governo da AD e critica medidas para jovens e saúde
O líder da IL também condenou a intenção do Governo de criar um regime excecional para não residentes qualificados.
O líder da IL demarcou-se hoje de algumas das políticas tomadas pelo Governo da AD, criticando medidas adotadas para os jovens, no IRS, ou a falta de mudanças estruturais na saúde.
No discurso de encerramento da VIII Convenção Nacional da IL, não eletiva, Rui Rocha considerou que esta reunião magna da qual saiu um novo programa político, mas não novos estatutos, “marca um novo ciclo no partido”.
Rui Rocha pegou no mote que tinha sido deixado pelo seu antecessor na liderança do partido, João Cotrim Figueiredo, lembrando que este apontou o desafio à IL de definir uma posição face ao Governo da AD tendo em conta que este executivo “vai no caminho” das ideias defendidas pelos liberais “embora de forma mitigada e menos ambiciosa”.
“Quero perguntar, face às políticas que a AD já anunciou, o que dirão os jovens deste país”, questionou, dando como exemplo o desemprego jovem de 23%, políticas que não permitem “prever um crescimento económico” desejado e “funções mal pagas e menos qualificadas”.
A demarcação em relação ao Governo da AD prosseguiu em relação aos jovens que procuram casa e nas medidas adotadas que “só agravam o problema de escassez de habitação”, bem como em relação à questão das creches.
“O que dizem esses jovens que olham para a frente: é inaceitável que o IRS tenha deixado de ser um imposto sobre o rendimento e tenha passado a ser um imposto sobre a idade. Queremos que tenham sucesso enquanto têm menos de 35 anos, mas também depois tenham condições para viver”, criticou, numa referência ao IRS jovem.
“Ficamos a saber que tratar bem os portugueses qualificados com mais de 35 anos é dar-lhes uma taxa de 20% de IRS. É isso que vamos fazer: continuar a lutar por uma taxa única sobre o rendimento que não discrimine as pessoas nem em função da idade nem em função da origem”, prometeu.
Uma das principais críticas de Rui Rocha foi sobre a saúde, questionando o “que dirão os portugueses que não têm ADSE nem rendimento para ter um seguro” quando “constatarem que as filas de espera continuam, que o acesso às urgências continua limitado”.
“O que dirão quando perceberem que a AD não vai mudar nada de estrutural. Aqui estaremos na IL a lutar por uma reforma profunda do sistema de acesso à saúde”, disse.
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