Cavaco Silva rejeita eleições antecipadas e não vê “nenhum drama” se Orçamento for chumbado

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Lembrando que Espanha esteve dois anos em duodécimos e “ninguém morreu”, o ex-Presidente da República defende que eventual chumbo do OE2025 não é motivo para dissolver Parlamento.

Aníbal Cavaco Silva considera que foi mal interpretado quando, de um artigo de opinião publicado no Expresso no final de junho, se depreendeu que defendia legislativas antecipadas para desbloquear o impasse político que decorre do atual Governo com apoio parlamentar minoritário e com dificuldades em entender-se com a oposição. Numa longa entrevista ao Observador, o antigo Presidente da República afirma-se contra eleições antecipadas: “No passado houve muitas dissoluções, que eu espero que não ocorram” no futuro, justifica.

Saindo em defesa da ideia do primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2025 não é razão para dissolver o Parlamento e fazer cair o Governo, o antecessor de Marcelo Rebelo de Sousa lembra o que aconteceu no país vizinho: “O atual primeiro-ministro [espanhol, Pedro Sánchez] viveu durante dois anos com duodécimos. Ninguém morreu”, disse. Embora antecipe ser “muito provável” que, em Portugal, o documento orçamental para o próximo ano seja aprovado, “não há nenhum drama” se for chumbado.

O social-democrata reitera que o “fundamental, neste momento, é pensar o futuro do país” e não apenas “na discussão do dia-a-dia político, económico e social”. Caso contrário, “não encontraremos o caminho certo”. Nesse sentido, insiste na necessidade de priorizar reformas que permitam o crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa, para que a economia portuguesa possa prosperar na próxima década.

Para atingir esse objetivo diante de um Governo minoritário, Cavaco Silva defende que, se for necessário um pacto de regime, os partidos que coloca nos “extremos” de esquerda e de direita, designadamente o PCP, o Bloco de Esquerda e o Chega, devem ficar fora da equação. “Têm posições que me parecem inconsistentes com (…) o salto em frente no bem-estar das famílias portuguesas”, aponta.

Tal como Luís Montenegro, o antigo Chefe de Estado considera que António Costa é “inequivocamente” o melhor socialista para presidir ao Conselho Europeu, por não se tratar de um cargo executivo. “Portugal tem provado que tem personalidades com perfil para desempenhar altas funções a nível internacional”, disse, em referência a António Guterres como secretário-geral da ONU e a Durão Barroso, que foi presidente da Comissão Europeia durante dois mandatos.

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