“Pacotão” para as empresas é só “a primeira fase”. Plano será alargado nos “próximos meses e anos”
Pedro Reis defendeu que as medidas aprovadas pelo Governo para as empresas têm potencial para se reverter em melhores salários e a economia portuguesa está bem posicionada para ciclo de crescimento.
O “pacotão” de 60 medidas aprovadas para as empresas é apenas a “primeira fase” do plano do Governo para as empresas. A falar na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, no Parlamento, o ministro da Economia refutou a ideia que o pacote beneficia apenas as grandes empresas, prometendo alargar o plano “nos próximos meses e anos”.
“Tivemos três meses intensos de trabalho, em que primeiro decidimos focar-nos na operacionalização das várias instituições e agências de tutela da economia e delinear um plano de ação nestes vetores transformacionais”, referiu Pedro Reis no Parlamento, acrescentando que o programa apresentado com 60 medidas “não procura ser exaustivo”.
“Nos próximos meses e anos contamos ir enriquecendo o plano assim como alargar o seu perímetro”, afirmou o governante.
Segundo o ministro, o Governo identificou “como prioridades, quando lançamos este plano – a primeira fase deste plano – o vetor da escala e consolidação, onde procuramos responder às angústias das empresas”.
Nos próximos meses e anos contamos ir enriquecendo o plano [para as empresas] assim como alargar o seu perímetro.
“Muitas das medidas que apresentamos nasceram das empresas. Soubemos ouvir e muitas das medidas vão ao encontro dessas preocupações das empresas. É por isso que veem medidas de uma natureza tão diversa e de um alcance tão diferenciado”, justificou o governante.
Pedro Reis reconheceu ainda que a economia portuguesa está “bem posicionada para um ciclo de crescimento”, notando que o objetivo do Executivo é “acelerar esse crescimento e crescer mais”.
Relativamente ao teor das medidas, Pedro Reis defendeu que o Governo espera que o alívio fiscal para as empresas, através da redução do IRC, se reflita em melhores salários.
O ministro da Economia realçou ainda que o Governo vai concentrar-se na execução das 60 medidas. “O que se espera de nós é execução e sentido de urgência. Anuncia-se muita coisa e executa-se pouca coisa.”
“Apresentaram um ‘pacotão’, que é uma ‘pacotanda'”
A responder às questões dos deputados, o ministro da Economia defendeu por diversas vezes que o pacote com 60 medidas apresentadas pelo Governo vai bem além do corte do IRC e pretende beneficiar as pequenas e médias empresas (PME), ajudando-as a ganhar dimensão e acesso aos mercados externos, assim como reforçar a captação de investimento estrangeiro, sem quantificar o impacto concreto destas medidas na economia portuguesa, o que mereceu críticas da oposição, nomeadamente do Partido Socialista.
“Apresentaram um “pacotão”, que eu chamo “pacotanda”: um programa com muita propaganda. Um pacote de 60 medidas sem nenhuma meta. Quais são as metas? Onde queremos chegar?”, questionou a deputada socialista e antiga ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, numa intervenção na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, que esteve a decorrer no Parlamento esta quarta-feira.
Ana Mendes Godinho acusou também o ministro de querer tomar para si medidas que já vinham do anterior executivo, nomeadamente na área do Turismo, através da recriação do Revive. “O programa do Revive é um bom programa que fizemos questão de reforçar, operacionalizar. Não quisemos apropriar-nos dessas matérias“, defendeu-se Pedro Reis.
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