Faculdade de Economia do Porto testa inteligência artificial com chatbot, novas salas e cursos
Novo chatbot para apoio ao estudo vai ser lançado no próximo ano letivo na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que aposta na inteligência artificial também com novas salas e cursos.
A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) vai avançar no próximo ano letivo com um projeto-piloto para integrar a inteligência artificial (IA) no ensino superior, ao abrigo de um projeto financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que será igualmente testado noutras instituições de ensino do Norte do país, como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e o Instituto Politécnico do Porto.
Em fevereiro de 2025, no segundo semestre do próximo ano letivo, e a começar por dez unidades curriculares de diferentes áreas de estudo, perto de 500 estudantes vão começar a utilizar um chatbot desenvolvido com inteligência artificial generativa. Na prática, em cada disciplina, o docente pode carregar os documentos necessários para a criação de uma base de conhecimento que depois pode ser utilizada pelos alunos e também por docentes e investigadores.
Como funciona o chatbot?
Desenvolvida pela tecnológica portuense Armis, esta ferramenta já está a ser testada internamente na FEP. Nuno Moutinho, coordenador da inovação pedagógica, explica ao ECO que “cada docente vai fazer o upload do material e criar a sua base de conhecimento”. “Os alunos já estão a usar a IA, mas não estão a usar fontes credíveis. Estão entregues a eles próprios. Com esta ferramenta sabem que todas as fontes de conhecimento são validadas pelo docente”, completa.
“Os alunos passam a ter uma espécie de tutor pessoal e que interage em várias línguas, o que é uma ajuda enorme para os estudantes internacionais. (…) A ideia é ser usado sobretudo em estudo autónomo, mas pode ser usado também em trabalhos de grupo ou em dinâmicas presenciais na sala de aula, pois os professores vão ter acesso a informação agregada e várias métricas, como os conceitos em que os alunos têm maiores dificuldades”, descreve.
Os alunos já estão a usar a Inteligência artificial, mas não estão a usar fontes credíveis. Estão entregues a eles próprios. Com esta ferramenta sabem que todas as fontes de conhecimento são validadas pelo docente.
O que vai acontecer a seguir a este projeto-piloto, que conta com um financiamento próximo de 250 mil euros? “O objetivo é estudar o que foi feito, criar guiões. No fundo, termos um género de um manual de boas práticas de como é que a IA pode ser usada. Vai haver um estudo completo sobre como é que resultou esta experiência, as áreas em que funciona melhor e outras em que pode ser melhorado, e avaliar as várias formas pedagógicas como pode ser usado, do ponto de vista dos professores e dos alunos”, responde Moutinho.
Novos cursos e salas para integrar IA no ensino
Nas últimas semanas, a Universidade do Porto viu também aprovado outro projeto do PRR, no valor de 225 mil euros, para dar formação na área da inteligência artificial e de business inteligence. Os primeiros dois cursos começam já em setembro, estando previsto, no âmbito do chamado STEAMUP, abranger cerca de 320 pessoas durante os dois anos de execução deste projeto.
“Estes cursos são dirigidos a profissionais que estão no mercado de trabalho e têm formação de base noutras áreas, e que precisam de competências digitais e de um upgrade nestas duas áreas. No fundo, é o contributo da academia para capacitar o tecido empresarial português”, ilustra Nuno Moutinho, especialista em economia dos media, que lidera a equipa que trabalha o tema da IA na FEP e que integra também Bruno Veloso (especialista em sistemas de informação) e Mafalda Teles Roxo (especialista em uso de tecnologia nas ciências empresariais).
Por outro lado, depois de ter inaugurado em janeiro deste ano a primeira sala flexível para integrar a inteligência artificial no ensino, em parceria com a Microsoft e com tecnologia de ponta para apoio às aulas em modo presencial, à distância ou híbrido, a faculdade nortenha vai promover mais espaços criativos neste FEP Innovation Hub, “permitindo a estudantes e a executivos que frequentam mestrados experimentarem tecnologias emergentes que têm o potencial de transformar as organizações”.
Com estes dois projetos financiados pela bazuca europeia, sublinha o diretor da Faculdade de Economia do Porto, Óscar Afonso, o objetivo é “ajudar as organizações portuguesas na capacitação dos seus recursos humanos e preparar estudantes de Economia e Gestão para um mundo global, em que a tecnologia provoca constantes disrupções na sociedade e no contexto económico”.
Além de passar a ser um Certified Authorized Training Center (CATC), um centro em que profissionais e estudantes podem obter certificações pela Microsoft, pela Meta ou pelo Project Management Institute, a Faculdade de Economia do Porto estabeleceu ainda um novo protocolo de cooperação com o Knightsbridge Examination and Training Centre, apresentado como o primeiro centro platinum de Cambridge English em Portugal.
Este acordo prevê a realização dos exames de proficiência em inglês sem necessidade de deslocação, o acesso gratuito a serviços de aconselhamento especializado que ajudem a preparar as suas carreiras internacionais, ou descontos especiais em serviços relacionados com a certificação do inglês. Cada estudante que ingressar nas licenciaturas de Economia e Gestão no próximo ano letivo receberá ainda um voucher gratuito para aferir online o seu nível de inglês.
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