Preço do algodão em mínimos de quase quatro anos com aumento da exportação pelo Brasil
Com o significativo aumento das exportações pelo Brasil, o preço do algodão está em queda, para a qual também contribui o facto de os consumidores estarem a optar por fibras sintéticas mais baratas.
O preço do algodão está em mínimos de quase quatro anos, perante o aumento da produção por parte do Brasil, que se tornou recentemente o maior exportador mundial deste produto, e apesar da menor produção pelos EUA devido à seca. A queda também está relacionada com a menor procura desde a pandemia, numa altura em que os consumidores estão mais interessados em roupas feitas de tecidos sintéticos.
Segundo o Financial Times, na Intercontinental Exchange, os futuros do algodão caíram para menos de 0,69 dólares por libra este mês, o que representa o nível mais baixo desde outubro de 2020 e corresponde a menos de metade do máximo de dez anos atingido em maio de 2022.
A área plantada de algodão no Brasil tem aumentado ao longo da última década, atingindo 1,87 milhões de hectares na temporada de 2023/2024, mais 13% em relação ao ano anterior, segundo as estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA.
Com o crescimento da produção, o país sul-americano exportou 12,4 milhões de fardos na última colheita, o que compara com 11,8 milhões de fardos que saíram de território norte-americano no mesmo período. O terceiro maior exportador do mundo, a Austrália, surge a grande distância dos dois principais concorrentes, tendo enviado para o estrangeiro 5,8 milhões de fardos.
Os EUA foram ultrapassados pelo Brasil na exportação de algodão devido aos anos consecutivos de seca, que fizeram cair a sua produção de 17,5 milhões de fardos em 2021 para 12,5 milhões de fardos no ano passado, sendo que 2022 foi mesmo o ano da pior colheita na última década. Além disso, os agricultores norte-americanos enfrentam elevados custos de produção em resultado do aumento dos preços dos fertilizantes.
Do lado do consumo, a procura de algodão a nível mundial tem vindo a diminuir desde a pandemia, com os consumidores a optarem por roupa de poliéster e outros tecidos sintéticos, mais baratos e mais rápidos de produzir do que o algodão, mas com um impacto ambiental maior.
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