Preços das casas abrandam pelo segundo trimestre consecutivo
A subida homóloga de 5% dos preços no primeiro trimestre marca o segundo trimestre de abrandamento e fica ainda assinalado pela correção dos preços em cadeia em 10 dos 24 maiores municípios do país.
Os preços das casas em Portugal continuam a subir, embora a um ritmo mais moderado, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No primeiro trimestre de 2024, o preço mediano dos alojamentos familiares foi de 1.644 euros por metro quadrado, representando um aumento de 5% relativamente ao período homólogo. Este crescimento, no entanto, é inferior ao registado no trimestre anterior, que foi de 7,9%, e de 10% no terceiro trimestre de 2023.
O relatório do INE destaca ainda que, “no primeiro trimestre de 2024, ocorreu uma desaceleração dos preços da habitação em dez dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes” face ao trimestre anterior. Este fenómeno já tinha sido observado no quarto trimestre de 2023, quando 18 municípios registaram uma desaceleração dos preços.
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Segundo o INE, entre os municípios que mais contribuíram para esta desaceleração estão quatro desses grandes municípios, ao contabilizarem um abrandamento do crescimento dos preços acima dos 10 pontos percentuais: Loures (-13,9 pontos percentuais), Maia (-13,2 pontos percentuais), Cascais (-11,8 pontos percentuais) e Braga (-10,1 pontos percentuais).
Entre estes, destaque para o município de Loures ao ser o único entre os concelhos com mais de 100 mil habitantes a registar uma correção homóloga dos preços da habitação. Segundo dados do INE, os preços das casas no município de Loures contabilizarem uma queda homóloga de 5,2% entre janeiro e março, depois de no último trimestre de 2023 os preços terem aumentado 8,7%.
Apesar do abrandamento geral, os dados do INE referem que 14 dos 24 maiores municípios registaram um aumento na taxa de variação homóloga dos preços da habitação. Neste grupo destaca-se o Funchal, com um aumento de 17,6 pontos percentuais, o Porto com 3,6 pontos percentuais, e Lisboa com um aumento mais modesto de 0,5 pontos percentuais, face à subida homóloga regista no último trimestre de 2023.
Os municípios de Lisboa, Cascais e Oeiras continuam a apresentar os preços medianos de habitação mais elevados do país, com valores de 4.190 euros por metro quadrado (€/m²), 3.881 €/m² e 3.281 €/m², respetivamente. Estes valores refletem a elevada procura e a escassa oferta nestas áreas, fatores que continuam a pressionar os preços para cima.O INE revela que as sub-regiões da Grande Lisboa, Algarve, Região Autónoma da Madeira, Península de Setúbal e na Área Metropolita do Porto se mantêm como as mais caras do país. No entanto, foi o Baixo Alentejo que registou o maior crescimento homólogo no primeiro trimestre deste ano, com um aumento de 28,5% nos preços das habitações.
O relatório do INE mostra também uma diferença considerável dos preços praticados entre transações realizadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro e aqueles com domicílio em território nacional. Na Grande Lisboa e na Área Metropolitana do Porto, por exemplo, os preços das transações por compradores estrangeiros superaram em 82,3% e 47,5%, respetivamente, os preços das transações por compradores nacionais.
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