Galp sobe lucros em 23% até junho, para 624 milhões
A produção recuou por causa de paragens no Brasil e da venda de ativos em Moçambique, mas a empresa beneficiou dos preços mais altos do petróleo.
A Galp GALP 0,00% lucrou 624 milhões de euros na primeira metade de 2024, representando um crescimento de 23% do resultado líquido RCA (Replacement Cost Adjusted) face ao mesmo período do ano anterior, revelou a empresa esta segunda-feira, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Neste primeiro semestre a produção da Galp desceu por causa da venda de ativos em Moçambique e de paragens no Brasil, mas a companhia beneficiou de preços mais elevados do petróleo Brent e a atividade de refinação em Sines aumentou. Enquanto isso, a dívida da Galp encolheu e o investimento cresceu a dois dígitos.
Especificamente no segundo trimestre, o lucro RCA da Galp subiu 16% face ao período homólogo, tendo atingido 299 milhões de euros. “As nossas equipas e base de ativos continuaram a entregar um desempenho robusto durante o segundo trimestre de 2024, apesar do ambiente de preços das matérias-primas ainda volátil”, diz Filipe Silva, CEO da Galp, citado num comunicado.
“Durante este período, a Galp completou a venda de ativos upstream angolanos e anunciou o desinvestimento na Área 4 em Moçambique. Estas ações permitem-nos cristalizar valor, reduzir o risco e focar em projetos de maior retorno alinhados com a estratégia da Galp”, acrescenta o gestor.
Desempenho financeiro da Galp:
Menos produção, mais refinação
No segmento upstream, a produção da Galp no semestre caiu 10%. Esta descida é justificada com o desinvestimento em Moçambique, mas também com uma redução de 6% da produção no Brasil, à luz de “mais atividades de manutenção planeada e de uma paragem não planeada no segundo trimestre”.
No midstream, a quantidade de matéria-prima processada na refinaria de Sines aumentou 12% no primeiro semestre, devido à maior utilização de todas as unidades, explica a empresa. Porém, a margem de refinação da Galp encolheu 10% no semestre, para 9,8 dólares por barril de petróleo ou equivalente (boe).
No segmento comercial, a Galp admite uma descida de 2% nas vendas de produtos petrolíferos, reflexo de um “ambiente de negócios ligeiramente mais pressionado, nomeadamente em alguns segmentos B2B em Portugal”. Porém, registam-se aumentos de 15% nas vendas de gás natural e de 89% nas vendas de eletricidade.
A Galp também tem vindo a apostar nas renováveis, com a capacidade instalada a alcançar 1,5 GW no final do primeiro semestre, revela esta segunda-feira.
No comunicado em que divulga os resultados, a Galp também aponta para uma “redução significativa da dívida”, que encolheu 242 milhões de euros face ao final de 2023, para 1.158 milhões de euros.
Enquanto isso, a empresa investiu um total de 544 milhões de euros, um aumento de 47% face ao período homólogo. Mais de metade deste montante foi para a atividade upstream, principalmente no Brasil e na Namíbia, depois de, em abril de 2024, a Galp ter anunciado uma importante descoberta de petróleo neste último país, ao abrigo de um consórcio em que detém uma posição maioritária de 80%.
Após a divulgação destes indicadores, as ações da Galp abriram esta segunda-feira a subir 0,29%, para 18,88 euros. A companhia vai dar mais detalhes aos investidores numa conferência telefónica com analistas por volta das 11h.
(Notícia atualizada pela última vez às 8h09)
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