Netanyahu defende unidade com EUA contra “eixo de terror” do Irão
Netanyahu defendeu que os Estados Unidos e Israel devem "manter-se unidos" para derrotar aqueles que querem "destruir a civilização", referindo-se a um "eixo de terror" patrocinado pelo Irão.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu esta quarta-feira perante o Congresso norte-americano em Washington que os Estados Unidos e Israel devem “manter-se unidos” para derrotar aqueles que querem “destruir a civilização”, referindo-se a um “eixo de terror” patrocinado pelo Irão.
“Os Estados Unidos e Israel devem estar juntos, porque quando estamos juntos o que acontece é que nós ganhamos e eles perdem”, declarou sob fortes aplausos de membros das duas câmaras do Congresso. Na parte inicial da sua intervenção, o líder israelita criticou o “eixo de terror” alegadamente patrocinado pelo Irão no Médio Oriente. “O eixo de terror do Irão desafia os Estados Unidos, Israel e os nossos amigos árabes. Não é um choque de civilizações, mas um choque entre a barbárie e a civilização”, declarou.
O primeiro-ministro israelita disse igualmente estar “confiante” sobre o resultado das negociações para libertar os reféns detidos pelo Hamas, desde o ataque executado pelo grupo islamita palestiniano no sul de Israel em 7 de outubro que deixou quase 1.200 mortos. “Estou convencido de que estes esforços podem ser coroados com sucesso”, disse Netanyahu, agradecendo ao Presidente norte-americano, Joe Biden, “pelos seus esforços incansáveis” em nome dos reféns.
“Deem-nos as ferramentas mais rapidamente e terminaremos o trabalho mais depressa”, pediu o chefe do Governo israelita, após ter criticado recentemente a administração do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por bloquear um fornecimento de bombas. Netanyahu propôs o estabelecimento de uma zona desmilitarizada na Faixa de Gaza após a guerra contra o grupo islamita Hamas, que seria administrada pelas autoridades civis palestinianas, mas rodeada por um controlo militar israelita.
Na sua visão para o território, afirmou que “a desmilitarização e desradicalização de Gaza” podem conduzir “a um futuro de segurança, prosperidade e paz”. O primeiro-ministro israelita não fez qualquer referência à formação de um governo único para a Faixa de Gaza e para a Cisjordânia, ou à criação de um Estado palestiniano independente, que são os planos oficiais dos Estados Unidos.
Dezenas de congressistas e senadores norte-americanos estiveram ausentes durante o discurso do primeiro-ministro israelita, de acordo com a agência Associated Press e a cadeia televisiva CNN. Segundo a AP, Netanyahu foi calorosamente recebido pelo presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, e por outros legisladores republicanos que organizaram o seu discurso, enquanto no exterior, junto ao Capitólio, milhares de pessoas protestavam contra a guerra na Faixa de Gaza.
“Hoje e todos os dias, a América deve estar ombro a ombro com Israel”, disse Johnson. A presença do chefe do Governo israelita fará dele o primeiro líder estrangeiro a discursar quatro vezes numa sessão conjunta do Congresso, superando o antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill.
Alguns influentes democratas e políticos independentes como o ex-candidato presidencial Bernie Sanders, boicotaram o discurso de Netanyahu. Outra ausência foi a da vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, que atua como presidente do Senado e que alegou ter uma viagem já programada. A senadora democrata Patty Murray, de Washington, recusou-se a comparecer, e a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi disse que, em vez disso, iria reunir-se com famílias de vítimas israelitas do grupo islamita palestiniano Hamas.
Os republicanos criticaram que a ausência de Harris, mas o candidato republicano à vice-presidência, JD Vance, também disse que não iria comparecer no discurso de Netanyahu, alegando a necessidade de fazer campanha. O discurso de Netanyahu foi também assinalado por fortes protestos de milhares de manifestantes junto do edifício do Capitólio contra a invasão da Faixa de Gaza por Israel em perseguição do Hamas e que já provocou nos últimos nove meses cerca de 40 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais.
No seu discurso perante o Congresso, Netanyahu classificou os manifestantes pró-palestinianos como “idiotas úteis do Irão”. De acordo com a agência Associated Press (AP) e a cadeia televisiva CNN, dezenas de congressistas, sobretudo democratas, faltaram ao discurso do chefe do Governo israelita.
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