G20 prevê “aterragem suave” da economia e promete “resistir ao protecionismo”
Guerras e escalada conflitos, fragmentação económica, inflação mais persistente e eventos climáticos extremos são os principais riscos negativos apontados.
Os países do G20 acreditam que a economia irá aguentar o impacto das taxas de juro mais elevadas e que a inflação deverá continuar a baixar. Comprometem-se em adotar políticas orçamentais sustentáveis e resistir ao protecionismo.
“Sentimo-nos encorajados pela crescente probabilidade de uma aterragem suave da economia global, embora subsistam vários desafios”, refere o comunicado final da reunião de ministros das finanças e banqueiros centrais do G20, que terminou sexta-feira. A inflação continua “a descer de níveis elevados devido a uma política monetária bem calibrada”, acrescenta.
As última estimativas do Banco Mundial, divulgadas em junho, apontam para uma estabilização do crescimento económico mundial este ano, nos 2,6%, em linha com 2023. A instituição alertou, no entanto, que a evolução do PIB irá manter-se abaixo dos níveis anteriores à pandemia até 2026, nota a agência Reuters.
Os ministros das Finanças salientam que “a atividade económica revelou-se mais resiliente do que o esperado em muitas partes do mundo, mas a recuperação tem sido altamente desigual entre países, contribuindo para o risco de divergência económica”.
Do encontro, realizado no Rio de Janeiro, saiu o compromisso de adotar políticas que salvaguardem a sustentabilidade orçamental e “reconstruir os amortecedores”, bem como de “resistir ao protecionismo” e apoiar um sistema comercial multilateral “baseado em regras, não discriminatório, justo, aberto, inclusivo, equitativo e sustentável” em conjunto com a OMC.
Promessas que esbarram na adoção crescente de medidas protecionistas em algumas das maiores economias, como o aumento das taxas aduaneiras. E que se podem acentuar no futuro caso, por exemplo, Donald Trump vença as Presidenciais americanas. O candidato do Partido Republicano tem na agenda subir as tarifas sobre os produtos chineses para 60% e aplicar uma taxa mínima de 10% aos restantes países.
Olhando para a frente, o G20 vê “riscos globalmente equilibrados”. Como riscos negativos são apontados: “guerras e escalada conflitos, fragmentação económica, inflação mais persistente do que o esperado levando a taxas de juro mais elevadas durante mais tempo, eventos climáticos extremos, excesso de despesa pública e endividamento privado, reservas financeiras limitadas no setor privado de vários países, crescimento da produtividade abaixo do esperado e os possíveis impactos negativos de novas tecnologias”.
Como positivo, os ministros das Finanças veem “uma melhoria da cooperação global, desinflação mais rápida do que o esperado e aumentos de produtividade devido a inovações tecnológicas, incluindo o desenvolvimento e implementação de tecnologias seguras e Inteligência Artificial (IA) responsável“.
Os países do G20 comprometeram-se ainda a cooperar para evitar que os super-ricos fujam das obrigações fiscais no documento aprovado na sexta-feira pelos ministros das Finanças do fórum.
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