Taxa de juro dos novos créditos à habitação está a cair há nove meses. Em junho fixou-se em 3,68%
A taxa de juro dos novos empréstimos para a compra de casa voltou a cair em junho, alcançando no mês passado o valor mais baixo desde fevereiro de 2023.
A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação em Portugal continua a apresentar uma tendência de descida, à boleia da correção das taxas Euribor — o indexante mais utilizado nos contratos de crédito à habitação.
Segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal divulgados esta quarta-feira, a taxa de juro dos novos empréstimos da casa diminuiu pelo nono mês consecutivo, situando-se em 3,68% em junho. Em maio, a taxa de juro média era de 3,71%, o que significa uma redução de 3 pontos base em apenas um mês.
Esta tendência, que coloca já a taxa de juro para a compra de casa no valor mais baixo desde fevereiro do ano passado, é consistente com a evolução observada na área do euro, onde a taxa média se fixou em 3,73%. O Banco de Portugal nota que “Portugal apresentou a sétima taxa de juro média mais baixa, ficando abaixo da média da área do euro.”
Os dados do Banco de Portugal notam também que a taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 2 pontos base, fixando-se em 3,59%. Nos contratos renegociados, a taxa de juro média decresceu 4 pontos base para 4,03%.
Este é um desenvolvimento significativo, especialmente considerando que a maioria dos novos empréstimos à habitação foi contratada a taxa mista, representando 78,1% do total em junho, destaca o Banco de Portugal em comunicado. “O aumento do peso das novas operações a taxa mista tem-se refletido na recomposição do stock de crédito à habitação, em que os contratos a taxa mista já representavam 25,7% do stock de crédito à habitação, em junho de 2024 (em dezembro de 2022 era 6,4%)”, refere o Banco de Portugal.
O Banco de Portugal nota ainda que as novas operações de empréstimos aos particulares, que incluem os contratos totalmente novos e os contratos renegociados, totalizaram 2.317 milhões de euros em junho, menos 235 milhões do que em maio, e que “o montante dos novos contratos de empréstimos a particulares reduziu 178 milhões de euros, fixando-se em 1934 milhões de euros. Este decréscimo foi transversal às três finalidades.”
No plano das renegociações de crédito, o regulador nota que “reduziram-se 57 milhões de euros, para 383 milhões de euros”, sublinhando que “esta evolução deveu-se, em grande parte, às renegociações de crédito à habitação, que diminuíram pelo quinto mês consecutivo (-50 milhões de euros, para 351 milhões de euros).”
Além do crédito à habitação, as taxas de juro dos outros créditos a particulares também registaram alterações. Nos empréstimos ao consumo, a taxa média das novas operações desceu ligeiramente de 9,55% em maio para 9,52% em junho, marcando a segunda redução deste ano. Este pequeno decréscimo pode ser interpretado como um alívio marginal para os consumidores que recorrem a este tipo de crédito.
Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média também registou uma descida, passando de 5,03% para 4,94% em junho, uma redução de 0,09 pontos percentuais. Esta evolução pode ser vista como um reflexo das condições económicas e das políticas monetárias que visam facilitar o acesso ao crédito.
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