“Exercício orçamental” de 2025 fica mais difícil perante dados do 1º semestre, alerta Fórum para a Competitividade
Fórum para a Competitividade considera que dados económicos do primeiro semestre sinalizam margem orçamental mais curta na globalidade do ano. Negociações do OE2025 tornam-se "mais complexas", alerta.
O Fórum para a Competitividade alertou esta quinta-feira que o exercício orçamental de 2025 ficou mais difícil devido aos dados macroeconómicos do primeiro semestre e a margem para as medidas adicionais “desaparece”.
Na nota de conjuntura, tal como o diretor do gabinete de estudos do Fórum, Pedro Braz Teixeira, tinha adiantado ao ECO, pode ler-se que a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% em 2024 “parece muito inverosímil”. Em causa está a evolução da economia no segundo trimestre, com um crescimento de 0,1% em cadeia e de 1,5% em termos homólogos, abaixo do esperado pelos analistas.
O Fórum estima que se a economia continuar a crescer apenas 0,1%, como no segundo trimestre, o crescimento anual será apenas de 1,5%, o cenário base do Orçamento para 2024, que se pensava ultrapassado com os bons resultados que se registaram entretanto.
“Um crescimento de 0,3%, em linha com o verificado na zona euro, permitiria um resultado um pouco melhor, mas apenas de 1,6%. Poder-se-á considerar valores um pouco melhores, mas só um crescimento de 0,8% no 2º semestre é que permitiria um crescimento anual de 2%”, prevê.
O resultado “tem implicações orçamentais e políticas importantes”, destaca a nota. “O crescimento do PIB acima do inicialmente estimado estava a gerar um sentimento de folga orçamental, que estava a dar gás às mais variadas reivindicações das oposições e a alguma contemporização face a elas por parte do Governo“, assinala.
Para o Fórum, “se o PIB afinal cresce mais próximo dos 1,5% originais, a execução orçamental de 2024 fica mais complicada e a margem para as medidas adicionais desaparece”. “Isto significa também que o exercício orçamental de 2025 ficará mais difícil, tornando mais complexas as negociações políticas para chegar a acordos parlamentares”, aponta.
A Direção-Geral do Orçamento (DGO) revelou esta quarta-feira que o Estado registou no primeiro semestre um défice, em contabilidade pública, de 2.731 milhões de euros. O saldo até junho agravou-se em 178 milhões de euros face ao mês anterior e em 7.574,5 milhões de euros face ao período homólogo.
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