Líder transformacional: o que é e como ser?

  • Isabel Rita
  • 7 Agosto 2024

O que é que Nélson Mandela e Abraham Lincoln têm em comum? São ambos líderes transformacionais. Da mesma forma que estes nomes inspiram milhões por todo o mundo, os líderes atuais podem inspirar-se.

O que têm em comum Nélson Mandela e Abraham Lincoln? Esta podia ser uma questão saída de um concurso de televisão com várias opções de resposta: Nasceram no mesmo continente? São do mesmo signo? Nada? Todas as opções anteriores?

Possivelmente, nenhuma estará correta. São pessoas diferentes, um background totalmente oposto, em épocas distantes, em locais do planeta distintos, nem sequer o propósito é similar. Mas, o que identificamos é o impacto de que ambos tiveram em todos os que os rodeavam. Marcaram a história da humanidade e foram indivíduos que praticaram a liderança de forma amplamente transformadora.

Mas, é importante sabermos exatamente ao que nos referimos quando falamos de Liderança Transformacional. Existem diversas características que podem ser identificadas quando pensamos neste conceito.

Desde logo, a existência de um processo de influência. O líder é admirado, possui elevados padrões éticos e morais, é reconhecido pelos outros. Mas também a inspiração. Que se deve evidenciar nas suas ações, no discurso, no comportamento. E, assim, proporcionar um sentido claro de propósito e visão.

A aptidão de desafiar é outro aspeto a destacar, através da sua capacidade de promover a inovação e a criatividade. Seja ao questionar suposições, reformular problemas ou abordar situações comuns de forma diferenciada. Com isso, estimula a um pensamento crítico e incita os outros a resolver problemas. Consequentemente, que seja audaz e corajoso, que procure o desconhecido e arrisque.

Mas, cautela! Há que assumir um papel atento e próximo. Tal só poderá ser possível se conhecer os outros, dar-lhes atenção, tratar cada um de forma única. E isso exige um cabal conhecimento das necessidades específicas, características e objetivos dos membros da sua equipa. Até podemos olhar para o líder como um mentor, ou coach, que auxilia cada membro da sua estrutura a alcançar o potencial máximo.

Talvez agora seja mais fácil responder à questão inicial. O que é que Nélson Mandela e Abraham Lincoln têm em comum? São ambos Líderes Transformacionais. Da mesma forma que estes nomes inspiram milhões por todo o mundo, os líderes atuais podem inspirar-se em alguns destes comportamentos para tomar a seu cargo uma personalidade verdadeiramente transformadora.

Espera-se, também, que definam uma Visão e Propósito Inspirador, que os partilhem com a equipa. Para onde vamos? O que queremos alcançar? O que vamos ganhar quando atingirmos a nossa meta? Da mesma forma que uma comunicação eficaz é fundamental. Articulada com a Visão definida anteriormente, para que todos a possam entender e se sintam parte do todo. Como consequência, cria confiança, dá o exemplo. Mais, para que tal seja devidamente concretizado, importa ser ético, transparente, honesto, rigoroso. Praticar os dois C’s fundamentais da liderança, a Consistência e a Coerência.

Numa ótica mais prática, que se estimule o pensamento criativo e saia da zona de conforto em busca de novos feitos. Mas é igualmente expectável estar preparado para arriscar, inovar e fazer diferente. Sempre na assunção de um mindset de melhoria contínua, que estimule o trabalho do coletivo, a partilha, a discussão e a reflexão conjunta.

Ademais, cabe ao líder acompanhar as suas pessoas, e de forma individualizada sempre que for necessário. O que implica uma constante atenção, capacidade de elogiar e dar feedback, reconhecer e celebrar os sucessos e conquistas de todos. Por fim, aspeto transversal a qualquer carreira e posição hierárquica numa organização, ser emocionalmente inteligente. Usar as emoções em seu favor, geri-las corretamente, para inspirar e influenciar.

As transformações começam sempre de dentro para fora. Para alterar as estruturas e transformar os resultados, exige-se uma predisposição para fazer essa transição. Há que refletir sobre o seu comportamento, pedir a opinião e não ter receio de assumir as suas falhas. Urge estar comprometido consigo mesmo e com todos aqueles que o rodeiam, para que consigam trabalhar em conjunto nesta mudança.

  • Isabel Rita
  • Head of Training & Team Building na Neves de Almeida HR Consulting

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