Chega exige referendo à imigração para viabilizar Orçamento do Estado para 2025

André Ventura afirmou que a consulta popular sobre limites à entrada de estrangeiros "é uma questão incontornável" e não vê como Marcelo "teria argumentos para impedir um referendo".

O presidente do Chega, André Ventura, vai exigir ao Governo de Luís Montenegro a realização de um referendo à imigração como condição para viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Para o líder partidário esta “é uma questão incontornável”, avisou.

Neste sentido, o líder do partido de extrema-direita espera poder contar com o apoio de PSD e CDS, partidos que suportam o Executivo da Aliança Democrática (AD), na aprovação do referendo sobre os limites à entrada de estrangeiros, no Parlamento.

Em relação às perguntas específicas da consulta popular, Ventura indicou que o “Chega está disposto a trabalhar”. Mas são “questões específicas que não devem deixar de ser colocadas, designadamente: os portugueses querem um limite anual à imigração ou não? Querem uma política de entrada indiferenciada ou definida por quotas em relação ao que a economia precisa para o turismo, a construção, os call centers?”, defendeu.

“Estas duas perguntas devem ser colocadas aos portugueses. Este é o momento da direita fazer-se ouvir e chamar as pessoas. É uma questão incontornável“, frisou, acrescentando que não vê “como o Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa, “teria argumentos para impedir um referendo”.

Para além desta exigência, o Chega tem outras duas, também relacionadas com a imigração, mas que são mais ajustáveis e passíveis de negociação. “Temos margem para discutir e enquadrar” os limites à atribuição de subsídios a imigrantes e o reforço do controlo de fronteiras, indicou Ventura.

“Como é sabido, defendemos que os estrangeiros não devem receber subsídios antes de estarem cinco anos em Portugal, mas isto pode ser ajustado e o mesmo em relação ao controlo de fronteiras”, afirmou.

Assim, estas duas medidas “podem avançar com negociação”, no âmbito da discussão da proposta do OE2025. “O Chega está disposto a ajustar as propostas que faz, estamos a fazer um esforço total para uma aprovação orçamental e para o Governo poder continuar a governar, mas a política orçamental também tem de ter uma palavra a dizer sobre política imigratória”, defendeu.

Já o referendo terá mesmo de avançar, se o Governo quiser o apoio do Chega na viabilização do OE2025, porque “não tem impacto orçamental, é uma questão simples de consulta à população”. “Em vez de os políticos estarem há anos a discutir a imigração no Parlamento, vamos ouvir as pessoas sobre se queremos um país de portas completamente abertas”, argumentou.

(Notícia atualizada às 12h51)

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