Integração no mercado de trabalho: estratégia e genuinidade

  • Ana Sabino
  • 2 Setembro 2024

Devemos apresentarmo-nos ao mercado tal como somos, valorizando as nossas características mais distintivas, mas sabendo como utilizar essas características em nosso proveito.

Sim, o processo de integração no mercado de trabalho pode ser assustador, mas não tem de ser um “bicho de sete cabeças”. Para tal, basta sermos estratégicos e genuínos. Mas de que forma estas duas palavras podem potenciar a nossa empregabilidade?

Devemos apresentarmo-nos ao mercado tal como somos, valorizando as nossas características mais distintivas [ser genuíno(a)], mas sabendo como utilizar essas características em nosso proveito (ser estratega).

Por onde começar? Os empregadores tendem a valorizar o todo, e não exclusivamente médias de cursos académicos. Por isso, o primeiro conselho que te dou é: vive, vive intensamente, viaja, conhece outras culturas, faz voluntariado, entra na Associação de Estudantes, na Tuna, pratica desporto. Quando ainda não tens uma experiência profissional relevante, estas experiências são determinantes porque ajudam os recrutadores a perceberem o teu perfil e dão-lhes matéria para avaliarem as tuas competências.

Nessa fase, deverás então criar o teu CV. Este é um processo exigente que requer trabalho e dedicação.

Nota que muitas organizações já utilizam ATS (Applicant Tracking Systems) para triar os CVs pelo que deverás garantir que este é compatível com estes sistemas. Assim, inclui palavras-chave e competências que aparecem no anúncio e garante que envias o PDF que permite fazer copy paste, o que poderá facilitar o processo de inserção no sistema.

O teu CV deve mostrar, numa única página, quem tu és, o que já conquistaste e quais são os teus interesses. Erros ortográficos, endereços de emails infantis e desadequados ou fotografias no casamento do teu primo onde estás especialmente bem arranjado(a) não são aceitáveis. Deverás tirar uma foto profissional com uma imagem ajustada à função.

Ser discreto(a) e usar cores neutras e sem padrões excessivos. Enquanto elaboras o teu CV visita websites que te ajudarão a fazer uma confirmação de que estás a cumprir as boas práticas.

No entanto, o processo não acaba aqui. O mundo é cada vez mais digital, pelo que deverás garantir que a tua pegada digital está alinhada com o teu perfil pessoal. Aconselho-te a não extremares as tuas opiniões sobre temas fraturantes e sugiro que cries um perfil no LinkedIn.

Ao fazê-lo, deves comprometer-te a ser ativo na rede, ou seja, define um plano de ação, publicando, gostando, partilhando posts alinhados com as tuas ideias e sempre acrescentando valor. É muito importante que o histórico da tua presença nesta rede esteja compatível com o teu perfil pessoal e de interesses. Assim, estás a demonstrar a tua genuinidade. Outro aspeto a destacar é a importância de começares a acompanhar as atividades das organizações que te interessas e onde gostarias de vir a trabalhar.

Poderia continuar a dar-te sugestões, pois este é um processo complexo que exige, como referi, uma estratégia sustentada na tua genuinidade. Sugiro que faças as tuas pesquisas e te prepares antecipadamente para este processo. Boa sorte nas tuas futuras conquistas.

  • Ana Sabino
  • Codiretora do mestrado em Psicologia Social e das Organizações do ISPA

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