Sindicato acusa Menzies de coagir trabalhadores a falhar greve mas empresa refuta
Estrutura sindical já apresentou queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Menzies refuta as acusações de aliciar trabalhadores com integração nos quadros.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (Sttamp) acusou hoje a Menzies de coagir os trabalhadores de Lisboa e do Porto a não fazerem greve com a promessa de virem a integrar os quadros, mas a empresa negou.
“Os trabalhadores foram coagidos pelos supervisores e pelas chefias diretas. A empresa, após o pré-aviso de greve, abriu um programa de passagem de pessoal das empresas de trabalho temporário aos quadros. Nos últimos dias, supervisores disseram a alguns colegas para não aderir à greve”, denunciou Catarina Silva do Sttamp, em declarações à Lusa.
A estrutura sindical já apresentou queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), mas sublinhou que “não são multas de 5.000 euros que vão prejudicar as empresas”.
Questionada pela Lusa, a Menzies (antiga Groundforce) refutou as acusações do sindicato, garantindo que o plano de integração dos trabalhadores já tinha avançado antes de ter sido anunciada a greve.
Fonte oficial da empresa vincou ainda que a Menzies está empenhada em “assegurar a qualidade” do serviço prestado e em melhorar as condições dos seus colaboradores.
A greve dos trabalhadores da Menzies nos aeroportos teve 50% de adesão esta manhã, sem qualquer voo cancelado, com o sindicato a lamentar a baixa adesão à greve pelos trabalhadores da empresa de handling (assistência em terra).
Catarina Silva disse que a adesão à greve não sofreu alterações significativas esta tarde e que compreende “que os trabalhadores se sintam na corda bamba”.
Também a Menzies confirmou que não se registam voos cancelados devido à greve.
Os trabalhadores da empresa de assistência em terra convocaram uma greve de dois dias, em protesto pelos salários baixos e pelas sucessivas alterações de horário, segundo um pré-aviso divulgado pelo sindicato Sttamp.
Esta manhã, Catarina Silva já tinha lamentado a baixa adesão à greve, explicando que entre os trabalhadores que não participaram na greve estão, sobretudo, os que têm uma remuneração base abaixo do salário mínimo.
O sindicato não espera assim que a empresa decida dar resposta às reivindicações apresentadas, uma vez que metade dos trabalhadores “deu prova de que está contente com as condições que tem”.
Catarina Silva referiu ainda que muitos destes trabalhadores estavam de folga e anteciparam o seu regresso e que a empresa está a disponibilizar, excecionalmente, snacks para quem decidiu não participar na greve.
“O plenário foi feito e as explicações foram dadas. Os trabalhadores, para já, estão a mostrar que estão satisfeitos. Pode ser que isto vire, ainda vai entrar gente à tarde. De resto, o sindicato considera-se de consciência plenamente tranquila. Se não aderiram é porque estão contentes e, se estão contentes, não há nada a fazer”, rematou.
A ANA — Aeroportos de Portugal tinha alertado, em comunicado, para a possibilidade de cancelamentos de voos devido à greve dos trabalhadores da empresa de handling (assistência em terra) Menzies (antiga Groundforce) nos aeroportos nacionais.
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