Maria Luís apontada para as pastas de serviços financeiros ou tecnologia no Berlaymont

Economia, Energia e Indústria são algumas das pastas em que já há nomes na calha. Maria Luís está a ser indicada para o pelouro da Tecnologia e serviços financeiros na próxima Comissão Europeia.

A Presidente da Comissão Europeia mantém o jogo fechado sobre quem irá escolher para as pastas do seu futuro executivo. Segundo Ursula von der Leyen, o “processo ainda está a decorrer” e até há candidatos “com quem ainda não falou”, não estando por isso ainda numa posição para revelar detalhes quanto aos pelouros que serão criados nem a orgânica do executivo. Isso só deverá acontecer a 11 de setembro. No entanto, a imprensa internacional já avança com nomes e os cargos para os quais estão a ser considerados, desde logo Maria Luís Albuquerque.

A ex-ministra das Finanças foi a escolha de Luís Montenegro para ser candidata a comissária, tendo em mente a ambição de chegar a uma pasta económico-financeira. O ECO sabe que Maria Luís e Ursula von der Leyen já tiveram oportunidade de se reunir e discutir que papel poderá desempenhar na próxima legislatura, e embora a pasta dos serviços financeiros e mercado de capitais esteja em cima da mesa dado o perfil da antiga governante, o Politico avança que o pelouro da tecnologia poderá cair no colo da antiga ministra. A publicação refere que além de Maria Luís, está na corrida ao pelouro tecnológico Henna Virkkunen, da Finlândia.

Já o jornal alemão Die Welt escreve que o Raffaele Fitto, a atual ministro para os Assuntos Europeus no Governo de extrema-direita de Giorgia Meloni, poderá ficar com uma pasta de relevo da Economia, e simultaneamente uma vice-presidência executiva no próximo mandato. Neste caso, Fitto ficaria encarregue de supervisionar a utilização dos fundos de recuperação da pandemia no valor de centenas de milhares de milhões de euros. Caso se concretize, esta seria a forma de Ursula von der Leyen fazer as pazes com a primeira-ministra italiana depois de alguma tensão na relação de ambas depois das eleições europeias.

Quanto aos repetentes também há novidades. Valdis Dombrovskis poderá ser chamado a ocupar novamente um dos cargos executivos da vice-presidência. Mas ao invés de ficar com a pasta para a Economia, o Die Welt escreve que o mais provável será que o lituano fique responsável pelo alargamento e reconstrução da Ucrânia. Já o francês Thierry Breton e comissário para o mercado interno estará na calha para liderar o pelouro da indústria e autonomia estratégica do bloco europeu no próximo mandato. Por seu turno, o eslovaco Maros Sefcovic, que é atualmente vice-presidente e responsável pela execução do Pacto Ecológico Europeu e relações interinstitucionais, deverá manter a gestão desta última.

O Die Welt também especula sobre a candidata da vizinha Espanha. Teresa Ribera, atual ministra do ambiente, foi escolhida para presidir um portefólio de “transição” que deverá incluir os serviços digitais e ecologia. Já o ministro da Indústria e Comércio da República Checa Jozef Sikela ficará responsável pela energia e o polaco Piotr Serafin será chamado a gerir questões orçamentais.

“Competência” acima de tudo

Embora a paridade de género tivesse sido uma das exigências de Ursula von der Leyen quando convidou os Estados-membros a apresentar os seus candidatos (não um, mas dois), a presidente alemã frisou que a futura “Comissão precisa de competências de alto nível”, e que esse será o principal critério para determinar quem será ou não apresentado ao Parlamento como candidato a comissário.

“Refiro-me a experiência política de alto nível e experiência executiva. Sejam antigos primeiros-ministros, ministros, ministros-adjuntos ou diplomatas seniores que tenham experiência ao mais alto nível nas instituições europeias. Esse é o principal critério”, frisou esta quarta-feira numa conferência de imprensa, em Bruxelas.

Quanto à paridade de género, que hoje está mais próxima em relação aos nomes inicialmente propostos, von der Leyen é clara. “Com base na minha experiência sei de uma coisa: se nunca pedires, nunca o terás. [A paridade] não vem de forma natural. Sem ela, e para além da presidente da chefe da diplomacia [Kaja Kallas], os 25 Estados-membros propuseram quatro mulheres e 21 homens. E sem discussão nenhuma, esta seria a próxima proposta para o colégio de comissários”, sublinhou.

Desde o momento em que foram conhecidos os candidatos, von der Leyen tem estado em contacto próximo com os Estados-membros. Seja para discutir propostas ou revisitar os nomes de aspirantes a candidatos, como foi o caso da Roménia que substituiu o eurodeputado Victor Negrescu pela eurodeputada Roxana Mînzatu.

A Eslovénia também esteve na mira da presidente alemã, mas o governo esloveno recorreu à rede social X para deixar vincado que não iria ceder à pressão e que iria manter Tomaž Vesel. Ainda assim, os apelos para uma maior paridade surtiram efeito. “Estamos com um número de mulheres de dois dígitos [10], e isso é bom. Mas ainda não vi todos os potenciais candidatos. Estou a ter discussões sobre portefólios e todas as possibilidades”, frisou von der Leyen.

O processo deverá ficar concluído, idealmente, até 11 de setembro, dia em que o Parlamento Europeu convidou a presidente e apresentar formalmente o seu colégio de comissários. Depois disso o expectável é que as audições aos candidatos nas comissões arranquem em outubro de forma a que o novo executivo entre em funções a 1 de novembro.

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