Comunidades de prática: serão o caminho para a excelência organizacional?
As comunidades de prática são grupos informais e abertos a todos os níveis de experiência, em que as pessoas se reúnem para partilhar conhecimento, trocar experiências e aprender boas práticas.
Alcançar a excelência na entrega de valor dentro de uma organização é um objetivo muito procurado pelas empresas, mas nem todas conseguem atingi-la. Para chegar a esse patamar, é fundamental empoderar as pessoas e uma das formas mais eficazes de fazê-lo é através das comunidades de prática (CdP). Mas será que as CdP são suficientes ou será necessário implementar também centros de excelência (CdE)?
As comunidades de prática são grupos informais, auto-organizados e abertos a todos os níveis de experiência, em que as pessoas se reúnem para partilhar conhecimento, trocar experiências e aprender boas práticas. A grande vantagem das CdP está na sua natureza inclusiva e flexível, permitindo que todos os membros da organização possam participar e contribuir.
Para um novo colaborador, por exemplo, participar nas CdP oferece uma oportunidade única de aprendizagem que vai além do conhecimento transmitido por um mentor específico. Enquanto um mentor pode fornecer orientação sobre a equipa e a cultura interna da organização, as CdP permitem ao colaborador aprender sobre práticas e experiências de outras equipas, ampliando o seu horizonte e enriquecendo o seu conhecimento.
Por outro lado, os centros de excelência são estruturas formais dentro da organização, lideradas por gestores e focadas na padronização e nas melhores práticas. Um CdE visa fornecer consistência e eficiência, apoiando a excelência do serviço especializado prestado pela organização.
Segundo um artigo do Institute of Business Analysis (IIBA), implementar um CdE envolve acesso a melhores práticas, uso de templates padronizados, programas de formação especializada e revisão por pares. Um CdE pressupõe um certo nível de maturidade organizacional, pois requer recursos especializados que conhecem profundamente o que funciona ou não dentro da cultura e estrutura da organização.
Tanto as CdP quanto os CdE têm em comum a importância da partilha de conhecimento. Enquanto as CdP promovem essa partilha de forma mais orgânica e ampla, os CdE estruturam essa troca de forma sistemática e padronizada. No contexto de uma CdP, a troca de ideias acontece através de discussões sobre temas relevantes, palestras e workshops. Tal não só promove o networking, como também ajuda na descoberta de novas práticas e programas de formação, além de facilitar revisões por pares com base nos contactos estabelecidos.
Estabelecer um CdE representa um avanço significativo na direção à excelência, mas não é uma tarefa imediata. Requer tempo, planeamento e paciência. Se a organização ainda não possui a maturidade necessária para um CdE, começar com CdP pode ser um caminho mais viável.
As CdP permitem que o conhecimento seja partilhado de forma variada e eficaz, criando uma base sólida para, eventualmente, evoluir para um CdE. A excelência é uma jornada contínua e, para alcançá-la, é crucial que a organização entenda as suas capacidades e tenha um plano bem definido. Iniciar uma CdP pode ser o primeiro passo nesse caminho, permitindo que a organização cresça de forma orgânica e sustentável, até estar preparada para implementar um CdE e consolidar as práticas de excelência.
CdP e CdE são ambos essenciais no caminho para a excelência organizacional, cada um com as suas características e benefícios específicos. Enquanto as CdP oferecem um ambiente aberto e colaborativo para a troca de conhecimento, os CdE fornecem a estrutura e a padronização necessárias para alcançar a eficiência e a consistência. Juntas, estas abordagens podem transformar a forma como uma organização entrega valor, promovendo um crescimento contínuo e sustentável rumo à excelência.
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