Polónia considera “inaceitável” alargamento de controlos fronteiriços na Alemanha
"A Polónia precisa não é de controlos mais fortes nas nossas fronteiras", disse Donald Tusk, que defende maior "monitorização e segurança das fronteiras externas da União Europeia".
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, considerou esta terça-feira que é inaceitável o anúncio de Berlim de endurecimento da política migratória da Alemanha com controlos em todas as suas fronteiras, que incluem a vizinha Polónia. A Alemanha decidiu na segunda-feira alargar os controlos nas suas fronteiras para combater a imigração ilegal, que se tornou mais uma vez numa questão política para o chanceler alemão, Olaf Scholz, face à ascensão da extrema-direita.
“Este tipo de ação é inaceitável do ponto de vista polaco”, disse Tusk num discurso aos embaixadores do seu país reunidos em Varsóvia numa conferência anual. “O que a Polónia precisa não é de controlos mais fortes nas nossas fronteiras, mas de uma maior participação de países, incluindo países como a Alemanha, na monitorização e segurança das fronteiras externas da União Europeia”, para lidar em particular com uma vaga de imigração ilegal orquestrada, segundo Varsóvia, pela Rússia e pela Bielorrússia.
O chefe do Governo polaco apelou para a avaliação da nova situação por parte dos países vizinhos da Alemanha. “Nas próximas horas, iremos abordar os outros países afetados por estas decisões em Berlim, a fim de os consultar urgentemente sobre uma reação dentro da União Europeia em relação a esta questão”, indicou Tusk.
De acordo com o executivo alemão, os controlos com a França, Luxemburgo, Países Baixos, Bélgica e Dinamarca serão estabelecidos durante seis meses a partir de 16 de setembro, juntando-se aos que já estavam em vigor nas fronteiras com a Polónia, a República Checa, a Áustria e a Suíça.
A Comissão Europeia apelou hoje a Berlim para medidas proporcionais que devem manter-se excecionais. Berlim considera estas medidas necessárias para “a proteção da segurança interna contra as atuais ameaças do terrorismo islâmico e da criminalidade transfronteiriça”, duas semanas depois do ataque em Solingen reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.
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